O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para este domingo (13) uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada para discutir a resposta do Brasil à tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. O encontro tem como objetivo alinhar a regulamentação da chamada Lei da Reciprocidade, que permitirá ao governo reagir formalmente à medida norte-americana.
Participam da reunião o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, e outros integrantes do núcleo político do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não compareceu por estar fora de Brasília, mas designou um representante de sua equipe.
Mais cedo, Alckmin declarou que o decreto será editado até terça-feira (15). Uma versão preliminar do texto sugere a criação de um grupo de trabalho com prazo de até 180 dias, prorrogável por mais 90, para formular ações de retaliação a países ou blocos que impuserem barreiras comerciais ao Brasil. Parte do governo, no entanto, avalia que a estrutura prevista é burocrática demais e defende um formato mais ágil.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), também foi chamado para a reunião, que servirá para definir a estratégia política e de comunicação do Planalto ao longo da semana. A intenção do governo é reagir com firmeza e utilizar a crise diplomática para fortalecer sua agenda interna.
Nos bastidores, auxiliares de Lula avaliam que a sobretaxa anunciada por Trump reforça o discurso do presidente contra privilégios e em defesa da soberania nacional. A ordem é aumentar a visibilidade de Lula nos próximos dias, com mais entrevistas e encontros com empresários.
O Palácio do Planalto também pretende explorar politicamente a imagem de Donald Trump como símbolo de injustiça social e desrespeito ao Brasil. A narrativa inclui a vinculação do ex-presidente norte-americano a Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe, e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, considerado o herdeiro político do ex-presidente e pré-candidato à Presidência em 2026.
Trump anunciou a medida na última quarta-feira (9), por meio de uma carta publicada em sua rede social, afirmando que a sobretaxa é uma forma de apoiar Bolsonaro, que, segundo ele, estaria sendo perseguido pela Justiça brasileira. O gesto acirrou a tensão entre os dois países e obrigou o governo Lula a acelerar sua resposta.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lula-convoca-reuniao-no-alvorada-para-discutir-resposta-ao-tarifaco-de-trump/
