Um dos principais alvos da CPI do INSS, o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) confirmou que prestará depoimento ao colegiado na próxima segunda-feira (8), em entrevista ao Globo. Lupi deixou o comando da pasta em maio, após o escândalo dos descontos indevidos aplicados a beneficiários do instituto.
O ex-ministro vinha sendo cobrado pelos parlamentares a se manifestar sobre sua participação na comissão. O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), lembrou no início da sessão desta segunda-feira que os ex-ministros que não aceitarem os convites voluntários serão convocados formalmente.
Pressão sobre Lupi
O critério da comissão é ouvir primeiro os ministros mais recentes, o que aumenta a relevância do depoimento de Lupi, já que estava à frente da Previdência quando as irregularidades vieram à tona. O senador Viana disse que a comissão insiste no diálogo, mas não descarta transformar convites em convocações.
“A secretaria entrou em contato, mas não recebeu as datas em que os ex-ministros virão. Insistiremos em mais uns dias e, sem respostas, transformaremos em convocação a vinda daqueles que não responderem”, afirmou o presidente da CPI.
Outras oitivas e investigações
Ainda nesta segunda-feira, a CPI do INSS ouvirá o advogado Eli Cohen, responsável pelas primeiras denúncias que revelaram fraudes no órgão. A expectativa é que ele apresente detalhes sobre documentos, provas e possíveis vínculos de empresas privadas com o esquema.
Já o depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “careca do INSS”, foi adiado. Considerado peça-chave por intermediar associações fraudulentas e servidores públicos, Antunes movimentou R$ 53 milhões, segundo relatórios da Polícia Federal, apesar de declarar renda oficial de R$ 24 mil mensais. Parte desse dinheiro teria sido usada para presentear dirigentes do INSS, incluindo um Porsche de R$ 500 mil transferido para a esposa de um procurador.
Próximos passos
Além das oitivas, a CPI pretende tratar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sobre requerimentos que pedem acesso a registros de entrada e saída de investigados no Congresso. O tema gerou impasse na semana passada, quando parlamentares argumentaram que o sigilo de visitas a senadores está protegido pela imunidade parlamentar.
“Precisamos conversar com Alcolumbre e mostrar que esses dados são fundamentais para as investigações”, reforçou Viana.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lupi-confirma-ida-a-cpi-do-inss-na-proxima-segunda-para-depor-sobre-fraudes-na-previdencia/
