25 de agosto de 2025
Mercosul e Canadá retomam negociações por acordo de livre comércio
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As negociações entre o Mercosul e o Canadá para um acordo de livre comércio serão retomadas em outubro, após quase três anos de paralisação. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (25) pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, após reunião em Brasília com o ministro canadense do Comércio Internacional, Maninder Sidhu.

Segundo Vieira, a decisão de reabrir as conversas reflete a necessidade de adaptação ao cenário econômico global. “Trata-se de passo oportuno e estratégico que responde ao momento atual da economia internacional”, afirmou.

As tratativas estavam suspensas desde 2021, em meio a obstáculos como a pandemia de Covid-19 e divergências políticas entre os governos do então presidente Jair Bolsonaro e do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau. Agora, a percepção de riscos na ordem econômica mundial — intensificada pelo retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos — levou Brasil e Canadá a reforçar a avaliação de que é necessário diversificar fornecedores e reduzir barreiras comerciais.

O Canadá é um dos principais exportadores de fertilizantes para o Brasil, setor considerado estratégico diante da possibilidade de novas sanções americanas contra países que mantêm relações comerciais com a Rússia, como já ocorreu com a Índia.

Projeções do governo brasileiro estimam que o acordo pode acrescentar R$ 4,14 bilhões ao PIB em 2041 e atrair R$ 1,39 bilhão em investimentos, além de gerar impacto positivo sobre importações (R$ 3,77 bilhões) e exportações (R$ 3,89 bilhões).

Em sua declaração, Sidhu destacou que a cooperação é essencial em meio às tensões globais. “A ambição é fortalecer os laços com o Brasil e a região, impulsionando a competitividade e entregando benefícios reais para o Canadá em um momento em que é extremamente importante que países com ideias semelhantes defendam o comércio estável e confiável”, disse.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/mercosul-e-canada-retomam-negociacoes-por-acordo-de-livre-comercio-apos-tres-anos/