
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (14) que o Brasil não dependerá exclusivamente dos Estados Unidos para escoar suas exportações e buscará outros mercados caso haja recusa na compra de produtos nacionais. A fala foi registrada durante a inauguração da nova fábrica de hemoderivados da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Goiana (PE).
Segundo Lula, o governo está empenhado em apoiar empresas brasileiras no comércio internacional e não se deixará abalar por barreiras impostas por Washington. “Ontem nós fizemos uma grande decisão para ajudar as empresas brasileiras que exportam. Nós não vamos ficar chorando que ele parou de comprar, não. Nós vamos tentar vender para a China, para a Índia, para a Rússia, para qualquer lugar”, disse o presidente.
Ele reforçou que não adotará uma postura submissa frente às restrições. “Se os EUA não quiserem comprar, não tem importância, não vou ficar chorando, não vou ficar rastejando. Eu vou procurar outros países para vender o que nós vendemos para ele e vamos seguir em frente”, completou.
EUA criticaram direitos humanos no Brasil
As declarações acontecem após novas tensões diplomáticas provocadas pelo governo de Donald Trump. Nesta semana, o Departamento de Estado norte-americano publicou um relatório sobre a situação dos direitos humanos no mundo, acusando o Judiciário brasileiro de adotar medidas que, segundo o documento, restringem a liberdade de expressão.
O texto cita nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirma que ele teria ordenado pessoalmente a suspensão de mais de 100 contas na rede social X (antigo Twitter), atingindo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O relatório sustenta que a repressão foi “desproporcional” e que outras medidas poderiam ter sido adotadas para lidar apenas com conteúdos que incitassem ações ilegais ou assédio. Trump, por sua vez, classificou o processo contra Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado como uma “caça às bruxas” e anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como forma de retaliação.
A postura de Lula indica que o governo brasileiro pretende responder às sanções econômicas e às críticas políticas ampliando sua rede de parceiros comerciais, apostando no fortalecimento de relações com países como China, Índia e Rússia para reduzir a dependência das exportações para os Estados Unidos.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/nao-vamos-ficar-chorando-lula-afirma-que-brasil-buscara-novos-mercados-diante-de-restricoes-dos-eua/