Os trabalhadores do Sistema Petrobras aprovaram a realização de uma greve nacional a partir da zero hora de segunda-feira (15), após semanas de assembleias nas bases e a rejeição da segunda contraproposta apresentada pela estatal, informa a Agência Brasil. Segundo as entidades sindicais, o texto entregue pela empresa na última terça-feira (9) não atende aos pontos centrais do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025.
A decisão amplia o clima de tensão entre a categoria e a direção da Petrobras, que enfrenta pressões relacionadas a temas sensíveis — especialmente os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, a política de cargos e salários e a chamada pauta pelo “Brasil Soberano”, que reivindica a preservação do caráter público e estratégico da companhia.
Impasse sobre PED e carreira
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirma que a Petrobras não apresentou respostas conclusivas sobre os PEDs, questão tratada há quase três anos com o governo e com entidades de aposentados e pensionistas. Os equacionamentos têm impacto direto na renda dos beneficiários e são considerados um dos principais entraves para o avanço das negociações.
Além disso, os sindicatos alegam falta de garantias relativas à recomposição do plano de cargos e salários, sem mecanismos de ajuste fiscal que, segundo a categoria, corroem a valorização profissional. Também reivindicam que a estatal reforce sua estratégia como empresa pública, mantendo investimentos e um modelo de negócios alinhado ao fortalecimento da Petrobras.
Vigília em frente à sede da empresa
Com a rejeição da contraproposta, os sindicatos vão notificar oficialmente a Petrobras sobre a paralisação nesta sexta-feira (12), cumprindo o prazo legal. Antes disso, aposentados e pensionistas retomam nesta quinta-feira (11) uma vigília em frente ao Edifício Senado (Edisen), sede da companhia no Rio de Janeiro, para pressionar por soluções relativas aos PEDs.
As mobilizações ocorrem em paralelo a encontros em Brasília, onde representantes participam de reuniões com integrantes do governo e da Comissão Quadripartite — composta por Petrobras, Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e entidades do Fórum em Defesa dos Participantes e Assistidos da Petros.
Sindicatos dizem manter diálogo, mas reforçam pressão
A FUP destaca que a base demonstrou forte disposição de luta e que a greve é reflexo do acúmulo de pendências não resolvidas no processo de negociação. As entidades afirmam continuar abertas ao diálogo, mas insistem que a mobilização é necessária para destravar avanços no ACT.P
Posicionamento da Petrobras
Em nota, a Petrobras afirmou:
“A Petrobras mantém um canal de diálogo permanente com as entidades sindicais, independentemente de agendas externas ou manifestações públicas promovidas. Neste momento, a empresa está em negociações de seu Acordo Coletivo de Trabalho e tem participado regularmente de reuniões com as federações sindicais para discutir sua proposta e a pauta reivindicatória. A companhia apresentou, nesta terça-feira (09/12), uma nova proposta que contempla avanços para a categoria e espera concluir o novo acordo na mesa de negociações com as entidades sindicais. A Petrobras respeita o direito de manifestação dos empregados e, em caso de necessidade, adotará medidas de contingência para a continuidade de suas atividades”.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/petroleiros-rejeitam-proposta-da-petrobras-e-anunciam-greve-a-partir-de-segunda-feira/
