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Profissionais de marketing estão utilizando cada vez mais o método de pagamentos para obter insights únicos sobre o comportamento dos consumidores, permitindo campanhas mais eficazes e personalizadas
O Pix, método de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, revolucionou a inclusão financeira e as transferências monetárias no Brasil. Agora, também está transformando o marketing. Já são 150 milhões de brasileiros cadastrados no Pix, e estudos recentes mostram que 87% dos consumidores preferem essa modalidade de pagamento no comércio eletrônico. Mas algo que poucas pessoas sabem é que, com as ferramentas certas, os dados de cada transação via Pix podem fornecer aos profissionais de marketing insights detalhados sobre o perfil dos consumidores, possibilitando campanhas mais eficazes e personalizadas.
Essa transformação do Pix, de uma ferramenta de pagamento para uma de marketing, deve não só ser mais um atrativo para os e-commerces de todo o país, mas também terá um impacto imediato em como empresas planejam e executam suas campanhas em datas comerciais importantes, como o Dia das Crianças, a Black Friday e o Natal.
“As pesquisas têm mostrado consistentemente que os consumidores brasileiros desejam maior personalização”, comenta César Garcia, CEO da OneKey Payments, citando dados de pesquisas recentes, que apontam que 80% estão mais propensos a realizar uma compra e a pagar mais quando as marcas oferecem experiências personalizadas. “Com o Pix, as transações geralmente utilizam números de CPF ou telefones celulares, podendo fornecer insights sobre os perfis dos consumidores, facilitando experiências mais personalizadas e, consequentemente, taxas de conversão mais altas.”
Outro estudo realizado no Brasil também mostrou que a personalização pode aumentar a receita em 10% a 15% e melhorar a eficácia do investimento em marketing em 10% a 30%. “Cada pagamento via Pix atua como um raio-x do cliente, revelando comportamentos e preferências que podem informar estratégias de marketing inteligentes”, explica César.
“O Brasil possui leis de privacidade online muito rigorosas e conhecidas, conforme definidadas pela LGPD, que ajudam a garantir que os dados dos consumidores sejam tratados com cuidado. No entanto, desde que as empresas sejam transparentes sobre os dados que coletam e como irão usá-los, os consumidores estão dispostos a compartilhar informações que, muitas vezes, já são publicamente acessíveis, especialmente se isso melhorar suas experiências no futuro”, acrescenta César, citando o dado de que 77% dos consumidores brasileiros estão dispostos a trocar dados para obter experiências mais rápidas e personalizadas, alinhadas com seus valores.
Nesta nova era de hiperpersonalização, menos de um em cada cinco consumidores brasileiros são fiéis a marcas e estão mais dispostos a recompensar aquelas que proporcionam experiências positivas, além de estarem alinhadas com seus valores. E, à medida que o uso do Pix continua a crescer, com a expectativa de substituir os cartões de crédito como a forma de pagamento mais popular no e-commerce até 2027, César argumenta que as empresas inteligentes utilizarão cada vez mais essa análise do cliente em conjunto com tecnologias de IA para melhorar a experiência e a fidelidade dos consumidores.
César conclui: “o final do ano é um período crucial para o e-commerce, com datas importantes como o Dia das Crianças (12 de outubro), a Black Friday (24 de novembro) e o Natal (25 de dezembro). Espera-se que as transações via Pix atinjam seu pico durante essas temporadas de compras, fornecendo aos varejistas dados valiosos dos consumidores para otimizar suas estratégias de marketing. Esperamos ver os pioneiros do marketing já aproveitando esses dados para oferecer serviços mais convenientes aos clientes.”