Prévia da inflação sobe 0,33% em julho e supera expectativa do mercado – Agenda do Poder

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou alta de 0,33% em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma aceleração em relação a junho, quando o índice foi de 0,26%, e ficou acima das estimativas do mercado, que variavam entre 0,29% e 0,31%.

O desempenho do mês reforça o alerta sobre a trajetória inflacionária em 2024 e pode pressionar as expectativas quanto à política de juros do Banco Central, que já sinalizou preocupação com a persistência de pressões inflacionárias em segmentos específicos da economia.

O que é o IPCA-15

Diferente do IPCA cheio, que mede a inflação oficial do país, o IPCA-15 tem coleta de dados iniciada no dia 16 do mês anterior, o que o torna uma espécie de termômetro antecipado da inflação mensal. A amostra abrange famílias com rendimento mensal entre 1 e 40 salários mínimos, distribuídas em 11 regiões metropolitanas: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.

A próxima divulgação do IPCA-15, referente ao mês de agosto, está prevista para o dia 26 do próximo mês.

Mercado projeta inflação fora da meta

De acordo com o Boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central, o IPCA de julho deve avançar 0,31%, reforçando a expectativa de que a inflação encerrará o ano em 5,10%, acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional.

A meta de inflação para 2025 é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, com intervalo entre 1,5% e 4,5%. Se o acumulado em 12 meses ultrapassar esse limite por seis meses consecutivos, considera-se que a meta foi descumprida.

Diante desse cenário, os dados do IPCA-15 de julho sinalizam um ambiente de cautela, com potencial influência sobre as decisões futuras do Comitê de Política Monetária (Copom), especialmente em relação à taxa básica de juros (Selic).