17 de julho de 2025
IBGE: renda dos 1% mais ricos do Brasil é 36
Compartilhe:

O 1% da população com maior renda no Brasil teve, em 2024, um rendimento médio mensal 36,2 vezes superior ao recebido pelos 40% com os menores rendimentos do país. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a pesquisa, a renda média mensal do 1% mais rico foi de R$ 21.767 em 2024, com leve crescimento de 0,9% em relação a 2023 (R$ 21.579). No outro extremo da pirâmide social, os 40% mais pobres do país viram a renda média subir de R$ 550 para R$ 601 no mesmo período — um aumento de 9,3%, o maior já registrado para esse grupo desde o início da série histórica, em 2012.

A pesquisa considera o rendimento domiciliar per capita real, calculado pela média das rendas de todos os moradores de uma residência, corrigida pela inflação e dividida pelo número total de pessoas que vivem no local.

Segundo o IBGE, o crescimento mais expressivo entre os mais pobres foi influenciado pelo aumento no nível de ocupação, elevação dos salários e ampliação dos programas sociais do governo.

“Houve um aumento do rendimento médio domiciliar per capita e houve uma melhoria na distribuição. Mas o Brasil ainda está, inegavelmente, bastante desigual se compararmos com diferentes indicadores”, avaliou o analista Gustavo Geaquinto Fontes, do IBGE.

O levantamento também mostra que, apesar da diferença entre as rendas dos extremos da população, o índice que mede a desigualdade social caiu para o menor nível já registrado. O índice de Gini do rendimento domiciliar per capita ficou em 0,506 em 2024, após dois anos de estabilidade. Quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade.

Entre os 10% mais ricos da população, a renda média foi de R$ 8.034, o equivalente a 13,4 vezes a média recebida pelos 40% mais pobres. Essa também foi a menor diferença já registrada pela pesquisa entre os dois grupos.

Evolução da renda por faixa da população

O crescimento mais acentuado foi verificado entre os 5% mais pobres, cuja renda média mensal passou de R$ 131 em 2023 para R$ 154 em 2024, um avanço de 17,6%. Já entre os 5% a 10% mais pobres, a renda cresceu de R$ 307 para R$ 341, uma alta de 11,1%.

As demais faixas da base da pirâmide também apresentaram aumentos relevantes:

  • Entre 10% e 20% mais pobres: de R$ 469 para R$ 516 (alta de 10%)
  • Entre 20% e 30% mais pobres: de R$ 661 para R$ 716 (alta de 8,3%)
  • Entre 30% e 40% mais pobres: de R$ 850 para R$ 925 (alta de 8,8%)

Nos segmentos mais ricos, o crescimento foi mais modesto:

  • Entre os 10% a 5% mais ricos: de R$ 4.746 para R$ 4.927 (alta de 3,8%)
  • Entre os 5% a 2% mais ricos: de R$ 8.457 para R$ 8.475 (alta de 0,2%)
  • No 1% mais rico: de R$ 21.579 para R$ 21.767 (alta de 0,9%)

Massa de rendimento e valor médio nacional

A massa de rendimento mensal domiciliar per capita no Brasil também atingiu o maior valor da série histórica: R$ 438,3 bilhões, um crescimento de 5,4% em relação aos R$ 415,7 bilhões registrados em 2023.

Já o rendimento médio nacional alcançou R$ 2.020 em 2024, também o maior da série iniciada em 2012. Em relação ao ano anterior, o aumento foi de 4,7%. Na comparação com 2012 (R$ 1.696), o crescimento acumulado é de 19,1%.

Apesar dos avanços registrados no último ano, o país ainda exibe uma estrutura social marcada por fortes desigualdades. A renda média dos brasileiros mais ricos continua concentrando uma parcela desproporcional dos ganhos, embora os dados mais recentes indiquem leve tendência de redução das disparidades.

Leia mais:

Rendimento médio dos brasileiros atinge recorde histórico, aponta IBGE

Fonte: https://agendadopoder.com.br/renda-dos-1-mais-ricos-do-brasil-e-36-vezes-maior-que-a-dos-40-mais-pobres-aponta-ibge/