12 de julho de 2025
Serviços crescem 0,1% em maio e completam quatro meses de
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O setor de serviços do Brasil registrou crescimento de 0,1% em maio, após avançar 0,2% em abril, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (12) pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o quarto resultado positivo consecutivo, mas abaixo da expectativa de analistas de mercado, que projetavam alta de 0,2%.

Mesmo com o desempenho acima do patamar pré-pandemia, os dados reforçam um cenário de desaceleração gradual no setor, que foi um dos principais motores da atividade econômica em 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, os serviços cresceram 3%, e, em relação a maio de 2024, o avanço foi de 3,6%. No acumulado do ano, a expansão é de 2,5%.

Serviços técnicos e administrativos sustentam crescimento

O principal impulso no mês de maio veio da atividade de serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceu 0,9% e acumula alta de 2,9% nos últimos quatro meses. Dentro desse grupo, o maior destaque foi o segmento de serviços técnico-profissionais, com avanço na receita de empresas voltadas à engenharia, agenciamento de espaços publicitários e intermediação de negócios por plataformas digitais e aplicativos.

Esse desempenho, segundo o IBGE, reflete a retomada de investimentos em áreas de suporte ao setor produtivo, além da consolidação de modelos de negócio baseados em tecnologia e e-commerce. “Há uma expansão consistente em serviços mais especializados e ligados à estrutura de negócios, que compensam a perda de dinamismo em outros segmentos”, apontou o instituto.

Desaceleração preocupa analistas

Apesar do quarto mês seguido de alta, o crescimento modesto reforça a percepção de economistas de que o setor de serviços vem perdendo tração. O ritmo atual é considerado inferior ao observado em 2023, quando a atividade respondia mais fortemente à recuperação do mercado de trabalho e ao crescimento da massa de renda.

A alta de juros nos ciclos anteriores, a desaceleração do crédito e a incerteza no cenário externo — especialmente diante da tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos — também são apontados como fatores que afetam negativamente a demanda por serviços.

Perspectivas moderadas para o segundo semestre

Com base nos dados de maio, analistas esperam que o setor continue crescendo, mas de forma mais lenta nos próximos meses. A expectativa é que os serviços sigam contribuindo para o desempenho geral do PIB, ainda que em menor escala.

A evolução do consumo das famílias, o comportamento da inflação e a política de juros devem influenciar diretamente o fôlego do setor no segundo semestre. Outro fator de atenção é o impacto de possíveis tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros, o que pode afetar cadeias produtivas e a demanda por serviços associados à exportação.

Mesmo assim, o setor permanece como um dos pilares da economia brasileira, respondendo por cerca de 70% do PIB nacional. A continuidade de avanços, mesmo que tímidos, é vista como sinal de resiliência em um cenário macroeconômico ainda incerto.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/servicos-crescem-01-em-maio-e-completam-quatro-meses-de-alta/