19 de abril de 2025
Deputados da Alerj farão sobrevoo de helicóptero em Imunana-Laranjal
Compartilhe:

A rede de supermercados St Marche deve formalizar nas próximas horas um pedido de recuperação extrajudicial, em meio a uma crise financeira que já soma R$ 639 milhões em dívidas. A informação foi apurada pelo Estadão/Broadcast, que revelou ainda que a empresa já conseguiu a adesão de 50% dos credores exigidos por lei para a homologação do plano — percentual acima do mínimo legal de 35%.

Sem se pronunciar oficialmente até o momento, a rede tem como principal objetivo com o pedido não apenas a reorganização de seu passivo, mas também a venda de parte ou da totalidade de suas operações. O fundo americano L Catterton, que detém 70% do capital da empresa desde 2016, já sinalizou o interesse em se desfazer da participação.

O movimento ocorre após o vencimento de um período de trégua judicial de 60 dias — o chamado stay period — que havia sido obtido em fevereiro para suspender temporariamente cobranças e execuções. Na ocasião, a St Marche ingressou na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo para barrar a cobrança antecipada de R$ 276 milhões por parte de um credor. Antes disso, já havia tentado mediação com credores por meio da Câmara Especial de Resolução de Conflitos Empresariais.

Boa parte da dívida está concentrada em mãos do fundo Alternative Assets I, do banco BTG Pactual, que detém R$ 276 milhões em debêntures da rede, garantidas por ações das holdings STM e Hortus. As tratativas com o fundo se intensificaram nas últimas semanas, embora relatos do processo indiquem que inicialmente houve resistência por parte do credor em negociar.

Além disso, outros R$ 225 milhões estão vinculados a dois Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs) emitidos pela Ecoagro, que securitizou debêntures da rede de supermercados. Estima-se que cerca de 3 mil investidores pessoas físicas tenham aplicado nesses papéis, evidenciando o alcance da crise no mercado financeiro.

A rede, conhecida por atuar no segmento premium, chegou a ensaiar uma abertura de capital em 2021, mas os planos foram frustrados pelas condições adversas do mercado. Como alternativa, a companhia ampliou sua dependência de financiamentos bancários e emissões no mercado de capitais, o que agravou sua vulnerabilidade diante da queda de consumo e do aumento dos juros.

Para conduzir a reestruturação, a empresa contratou o escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados e a consultoria financeira FTI Consulting, em busca de soluções que evitem a falência e preservem o valor da marca no mercado.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/st-marche-recorre-a-recuperacao-extrajudicial-e-tenta-venda-de-ativos-para-reestruturar-dividas/