31 de julho de 2025
Tarifaço dos EUA, mesmo com exceções, ameaça 60% da indústria
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A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) reagiu com “grave preocupação” ao tarifaço anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que volta a ganhar força na política comercial americana. Mesmo com exceções incluídas de última hora, como os óleos brutos de petróleo, a entidade estima que 60% da indústria fluminense será impactada no curto prazo.

De acordo com a Firjan, o setor de petróleo e gás — responsável por 60% das exportações do estado para os EUA — figura entre os mais vulneráveis. “A indústria de petróleo e gás representa o principal item da pauta exportadora do Rio e gera cerca de 40 mil empregos diretos. Mesmo com algumas exceções, os efeitos do pacote tarifário serão significativos”, destacou a federação em nota.

As medidas adotadas por Trump incluem a manutenção das tarifas de importação de 50% sobre aço e alumínio, aplicadas anteriormente, o que acende o alerta vermelho para parte relevante do setor industrial fluminense.

Demissões e perda de receitas à vista

Um levantamento feito pela Firjan com empresários associados revelou que 60% da indústria fluminense esperam impactos imediatos, como aumento de custos operacionais e queda nas receitas. Ainda mais preocupante: 42% dos consultados afirmaram que poderão reduzir o número de funcionários caso o cenário não mude.

No ano passado, 48 dos 92 municípios do Rio exportaram para os Estados Unidos, evidenciando a capilaridade da dependência comercial com o país. Os novos obstáculos tarifários, portanto, afetam diretamente a atividade econômica em quase metade do estado.

“A Firjan defende a urgência da intensificação da atuação diplomática e paradiplomática, em diversos níveis, para a construção de uma solução negociada e célere que mitigue os impactos econômicos e sociais das novas tarifas”, reforça o comunicado.

Cobrança por articulação internacional

Diante do cenário, a federação pressiona o governo brasileiro a adotar uma postura mais ativa nas negociações com Washington, apelando inclusive ao Itamaraty para reforçar os canais diplomáticos. A entidade também vê com bons olhos iniciativas de paradiplomacia — quando governos regionais buscam interlocução direta com outros países para defender interesses econômicos locais.

A preocupação da Firjan ecoa entre líderes empresariais e políticos fluminenses, que temem o efeito cascata do tarifaço sobre empregos, exportações e investimentos. Com uma economia ainda em recuperação após a pandemia e os desastres climáticos no estado, medidas protecionistas adotadas por países parceiros aumentam o desafio da retomada.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/tarifaco-dos-eua-mesmo-com-excecoes-ameaca-60-da-industria-fluminense-alerta-firjan/