
O presidente Donald Trump respondeu às retaliações da China, após o país asiático ter sido alvo de tarifas impostas pelos Estados Unidos, informa o colunista do UOL Jamil Chade. Nesta sexta-feira, Pequim reagiu aplicando tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos estadunidenses.
Nas redes sociais, Trump afirmou:
“A China agiu mal, entrou em pânico. A única coisa que eles não podem se dar ao luxo de fazer”.
Os chineses são apontados como os principais responsáveis pelo déficit comercial dos Estados Unidos, e setores como o agrícola temem que uma resposta da China agrave ainda mais as dificuldades em alcançar um equilíbrio comercial.
No entanto, nesta semana, a Casa Branca alertou que intensificaria o protecionismo contra qualquer país que tomasse medidas retaliatórias contra os Estados Unidos.
Em declarações à imprensa próxima ao governo, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, avisou que os países que retaliassem os EUA enfrentariam um aumento ainda maior nas tarifas.
“Meu conselho para todos os países neste momento é: Não retaliem”, disse Bessent. “Sentem-se, absorvam a situação e vejamos como ela se desenrola. Porque se você retaliar, haverá uma escalada. Se você não retaliar, esse é o ponto alto.”
A declaração do secretário foi vista por parceiros comerciais como um indicativo de que a guerra comercial pode se concretizar. O governo de Trump espera que essa abordagem leve os países a se engajar em negociações com os Estados Unidos.
No entanto, diplomatas alertam que, antes de entrar em negociações, alguns países podem optar por retaliar para garantir condições mais equitativas na mesa de diálogo.
Uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo é exatamente o que as instituições globais mais temem. Na quinta-feira, o FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou um alerta e afirmou que as taxas “ameaçam a economia mundial”.
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, defendeu que governos estabeleçam diálogo para evitar que o ato de Trump se transforme em uma onda de retaliações. “Ainda estamos avaliando as implicações macroeconômicas das medidas tarifárias anunciadas, mas elas claramente representam um risco significativo para as perspectivas globais em um momento de crescimento lento”, disse Georgieva.
“É importante evitar medidas que possam prejudicar ainda mais a economia mundial. Apelamos aos Estados Unidos e seus parceiros comerciais para que trabalhem construtivamente para resolver as tensões comerciais e reduzir a incerteza”, disse.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/trump-sobe-tom-contra-china-apos-retaliacao-agiu-mal-e-entrou-em-panico/