No meio de incertezas econômicas globais, a Tesla alcançou um novo recorde de vendas na China. No início do novo ano, a Tesla divulgou seu “boletim de vendas” de 2024, mostrando que, pela primeira vez desde 2011, houve uma queda anual nas vendas globais de veículos da empresa. No entanto, as vendas da Tesla no mercado chinês contrariaram essa tendência, registrando um crescimento de 8,8%, alcançando um recorde de mais de 657 mil carros em 2024, o que representa 36,7% do total global da marca. Fica claro que o impressionante desempenho no mercado chinês foi o “maior contribuinte” para o resultado geral da Tesla, e esse “boletim” revela um fato revelador.
Alguns argumentam que, para transformar as ideias visionárias de Elon Musk em realidade, a cadeia de suprimentos da China é essencial. Para a Tesla, a China não é apenas um mercado chave, mas também uma base de produção e um centro regional de vendas. A infraestrutura robusta do país, suas vantagens trabalhistas e sua cadeia de suprimentos madura e completa são pilares indispensáveis para o sucesso da “história chinesa” da Tesla.
Desde que iniciou a produção em 2019, a fábrica da Tesla em Xangai aproveitou a cadeia de suprimentos sólida e as capacidades de manufatura de ponta da China para alcançar o impressionante feito de produzir um veículo completo em pouco mais de 30 segundos. Em 2024, a produção anual de veículos de nova energia (VNEs) da China ultrapassou pela primeira vez a marca de 10 milhões de unidades, com a fábrica da Tesla em Xangai contribuindo significativamente para esse marco verde. Recentemente, a segunda megafábrica da Tesla em Xangai — voltada para armazenamento de energia — foi concluída e iniciou a produção em fase de testes. Isso representa outro exemplo vívido de como China e EUA podem encontrar pontos em comum, cooperar e fomentar colaborações mutuamente benéficas.
Vale também destacar que, enquanto a Tesla celebrava suas impressionantes vendas na China, seus concorrentes chineses — BYD, NIO, XPeng e outros — também obtiveram desempenhos notáveis tanto no mercado doméstico quanto no internacional. Isso demonstra que o “bolo” do mercado de veículos de nova energia é grande, e as oportunidades e benefícios da era da indústria verde estão disponíveis para montadoras chinesas e estrangeiras desenvolverem e compartilharem juntas. A popularidade dos produtos diferenciados da Tesla na China mostra claramente que, mesmo em um mercado altamente competitivo como o de veículos elétricos na China, fabricantes estrangeiros ainda podem encontrar um espaço único para si.
Atualmente, a indústria de veículos de nova energia e o setor verde no mercado chinês formaram um ciclo virtuoso. Devido à concorrência de mercado suficiente e aberta, as empresas são constantemente incentivadas a melhorar e otimizar suas tecnologias e serviços para se adaptar à competição. A introdução contínua de produtos inovadores encoraja os consumidores a mudar seus hábitos de consumo e expandir o consumo verde. Por sua vez, o mercado em constante expansão motiva as empresas relacionadas. Segundo dados da indústria citados por veículos britânicos recentemente, nos primeiros 11 meses do ano passado, mais de 90% do aumento global nas vendas de veículos elétricos e híbridos veio da China. O país não apenas lidera o mundo na produção de veículos de nova energia, mas também em seu consumo.
A China tornou-se uma parte importante do panorama global da Tesla, e isso não é um caso isolado. Atualmente, mais de 70 mil empresas americanas estão investindo e operando na China, com vendas anuais que ultrapassam US$ 600 bilhões. Qualcomm e Intel obtêm dois terços e um quarto de suas receitas globais, respectivamente, do mercado chinês. Entre os 200 principais fornecedores da Apple, 80% estão baseados na China. Em 2023, cerca de 60% das novas lojas do McDonald’s no mundo foram abertas na China. Xangai tornou-se a primeira cidade do mundo a ter 1.000 lojas Starbucks. Esses fatos demonstram que as sanções comerciais e restrições tecnológicas de Washington contra a China são impopulares e não conseguem conter o entusiasmo das empresas americanas por expandir no mercado chinês. Essa situação é determinada pela essência da cooperação mutuamente benéfica nas relações econômicas e comerciais entre China e EUA, bem como pelas leis objetivas de desenvolvimento econômico.
O “boletim” da Tesla funciona como um espelho, refletindo o status da China como “um motor importante do crescimento econômico global” tanto do ponto de vista da produção quanto do mercado, enquanto exibe os fundamentos sólidos e as perspectivas positivas de desenvolvimento da economia chinesa. A presença florescente da Tesla na China pode ser especialmente atribuída à atitude aberta, inclusiva e cooperativa do país.
Por trás disso, está não apenas a profunda compreensão da China sobre a lógica do desenvolvimento histórico, mas também um vislumbre das inúmeras oportunidades que o país oferece ao mundo.
Opinião / Editorial do Global Times
Publicado: 6 de janeiro de 2025, 00h49
Fonte: https://www.ocafezinho.com/2025/01/06/vendas-recordes-da-tesla-na-china-evidenciam-dependencia-americana-do-mercado-chines/