
A Bola de Ouro vencida por Diego Maradona (1960-2020) em 1986, na Copa do Mundo do México daquele ano, que desapareceu por décadas em circunstâncias polêmicas, reapareceu agora para ser leiloada no mês que vem — e promete valer milhões de dólares.
O troféu, entregue ao melhor jogador de cada Copa do Mundo, será vendido pela casa de leilão Aguttes, em Paris, em 6 de junho, e é considerada a última peça de memorabilia da gloriosa carreira de Maradona que renderá altas cifras.
Em 2022, a camisa da Argentina usada por ele na campanha vitoriosa da Copa de 1986 foi vendida por US$ 9,3 milhões (R$ 47 milhões na cotação atual), quebrando o recorde de leilões de itens esportivos.
Já a bola da “Mão de Deus”, gol de mão histórico marcado por Maradona nas quartas de final daquela Copa contra a Inglaterra, foi vendida por US$ 2,4 milhões (R$ 12,2 milhões) no fim de 2022.
Esperamos milhões (de novo), mas não sabemos exatamente quanto, porque não há nenhum troféu como este no mundo… do ápice da carreira (de Maradona). É uma oportunidade de uma vida para o potencial comprador
François Thierry, especialista em esportes na casa de leilões Aguttes
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Nascido em 1960, Diego Armando Maradona foi revelado pelo Argentinos Juniors, pequeno clube de Buenos Aires. Estreou no profissional aos 15 anos e levou a equipe a fazer boas campanhas no futebol argentino
Crédito: Argentinos Juniors/Divulgação -
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El Pibe jogou emprestado ao Boca Juniors, seu time de coração, entre 1981 e 1982. Depois voltou ao clube de La Bombonera para encerrar sua trajetória como jogador entre 1995 e 1997
Crédito: Facebook/Divulgação -
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Maradona teve um passagem pouco lembrada pelo Barcelona, porta de entrada para ele na Europa. O valor da transferência para o clube catalão em 1982 foi um recorde para a época, mas dois anos depois ele partiu para o Napoli
Crédito: F. C. Barcelona/Divulgação -
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Maradona defendeu a Argentina em quatro Copas. Impressionantes atuações levaram os argentinos ao título no Mundial do México em 1986. Contra a Inglaterra, nas quartas-de-final, mostrou duas de suas faces em dois gols históricos: a habilidade genial ao driblar uma série de adversários e o toque de mão, que ironicamente chamou de “Mão de Deus”
Crédito: Foto: Divulgação -
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Maradona festeja o título na Copa de 1986
Crédito: Foto: Archivo El Grafico/Getty Images -
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Carregado nos braços após a conquista da Copa de 1986. Maradona passou a ser tratado como uma espécie de semideus por parte de seus fãs
Crédito: Foto: Equipe AE/Estadão Conteúdo (29.jun.1986) -
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Em clubes, Diego Maradona viveu o auge no Napoli, time tradicional do sul da Itália, de torcida apaixonada, mas de poucos títulos. Liderou a equipe e a colocou entre os grandes. Com o craque argentino, o time conquistou o primeiro campeonato italiano de sua história. na temporada 1986/1987. Também faturou a Copa da Itália de 1986/1987, a Copa da Uefa de 1988/1989 e o Italiano de 1989/1990
Crédito: SSC Napoli/Divulgação -
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Na Copa do Mundo da Itália, em 1990, atraiu a torcida dos napolitanos. A Argentina avançou com sofrimento no torneio e perdeu a final para a Alemanha
Crédito: Foto: David Jacobs/Reuters -
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Maradona durante a apresentação como técnico do Gimnasia y Esgrima de La Plata, em 2019. Ele também dirigiu a seleção argentina na Copa de 2010
Crédito: Foto: (Foto de Gustavo Muñoz / Getty Images) -
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O argentino demonstrou apoio a políticos ao longo da vida e chegou a tatuar o rosto do cubano Fidel Castro. Em 2000, fez em Cuba um tratamento contra o uso de drogas, problema que o prejudicou como jogador e o colocou à beira da morte mais de uma vez
Crédito: Foto: Reprodução -
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Maradona criticou Pelé ao longo dos anos, mas os dois gênios do futebol também viveram momentos de descontração
Crédito: Foto: Facebook/ Reprodução -
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O craque argentino teve uma série de atritos com dirigentes da Fifa. A participação no sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2018, na Rússia — na imagem com Cafu, em 2017 –, marcou um momento de trégua entre Maradona e a entidade
Crédito: Konstantin Rybin/Russian Football Union
Sumiço envolto em mistérios
A história da Bola de Ouro entregue a Maradona em Paris após o campeonato é cercada por mistério.
De acordo com uma das versões, o troféu teria sido roubado pela máfia enquanto Maradona jogava pelo Napoli e, posteriormente, derretido para virar lingotes de ouro; outras teorias sugerem que Maradona perdeu o item num jogo de pôquer ou vendeu para saldar dívidas.
Fizemos muitas pesquisas sobre isso. Perdemos o controle em 1986, há 38 anos. Há muitas histórias e lendas, algumas inconsistentes, como ser usado para virar ouro pela máfia. Temos ainda duas biografias de Maradona que não falam sobre o troféu ter sido roubado. Fizemos a checagem necessário com a base de dados Art Loss e com a Interpol. Procuramos a polícia, mas sem resultado, então fizemos tudo o que podíamos.
François Thierry, especialista em esportes na casa de leilões Aguttes
A Aguttes considera a teoria da máfia “rebuscada”, visto que o troféu, uma pequena bola de futebol em cima de um pedestal, é feito de uma mistura de ouro e cobre.
Como a Bola de Ouro chegou ao leilão?
A Bola de Ouro foi comprada em um leilão junto com diversos outros troféus, embora o comprador anônimo não tenha percebido na época que era o troféu de Maradona, explicou Thierry.
Aguttes realizou uma série de checagens — examinando as informações de fabricação, a datação, as irregularidades, a pátina e a oxidação — para verificar a autenticidade do troféu.
“Quando vimos que estava certo, foi uma descoberta incrível”, disse Thierry.
Copa de 1986 mudou status de Maradona
Maradona era inquestionavelmente um nome conhecido antes da Copa do Mundo de 1986, mas, depois de levar a Argentina ao título, tornou-se uma estrela global.
A habilidade de tirar o fôlego que ele demonstrou em campo foi acompanhada por pontos baixos extremos: vício, abuso de substâncias, filhos ilegítimos e rixas por dinheiro, tudo isso arruinou o argentino em vários estágios de sua carreira.
Um filho não reconhecido, diversas fotos com a máfia e farras de cocaína foram mostradas no documentário do cineasta britânico Asif Kapadia, vencedor do Oscar, sobre a passagem de Maradona no Napoli, onde o atacante recebeu o status divino por levar o clube a dois títulos italianos e à Copa da UEFA de 1989.
Família tenta mover restos mortais de Maradona
Sua morte de ataque cardíaco aos 60 anos foi lamentada por milhões na Argentina e em todo o mundo como a perda de um dos maiores jogadores de todos os tempos.
Os restos mortais de Maradona jazem num cemitério privado nos arredores de Buenos Aires, mas os seus filhos apresentaram recentemente um pedido aos tribunais argentinos para que o corpo seja transferido para um local mais seguro, onde os fãs possam prestar as suas homenagens.
(Colaboraram Matias Grez e Ben Morse, da CNN)
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Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/esportes/futebol/futebol-internacional/conheca-a-historia-da-bola-de-ouro-perdida-por-maradona-que-reapareceu-e-vai-a-leilao/