9 de outubro de 2025
FMF: relatório aponta mais suspeitas a Américo
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Novas informações foram prestadas pela interventora da Federação Maranhense de Futebol, Susan Lucena, à Vara de Interesses Difusos e Coletivos. O relatório ainda parcial enviado no último dia 6, aponta ações, valores, dados e detalhamento da situação fiscal da FMF, e destaca elevadas quantias de dinheiro sacado, e transferências a familiares do presidente afastado, Antônio Américo.

Segundo consta do relatório, foram sacados R$ 1.705.243,33, em espécie apenas neste ano de 2025, dos quais teriam sido transferidos para familiares do dirigente federacionista R$ 345.828,20, resultando num total de R$ 2.051.071,53.

O Imparcial procurou Antônio Américo para que se manifestasse sobre o assunto e ele afirmou que as transferências foram feitas de forma legal. “As transferências bancadas da conta da FMF para a minha conta e de familiares, foram feitas de forma transparente e clara, não foram feitas de forma escondida, sub-reptícia. São absolutamente legais, tenho como provar, mas somente o farei em juízo. Quanto aos saques, posso afirmar que não fiz nenhum”, afirmou.

O relatório também chama de indício de confusão patrimonial as movimentações financeiras entre FMF e Instituto Maranhense de Futebol, indicando pagamentos suspeitos sem comprovação de serviços.

Dívida Ativa da União e FGTS tem 82 inscrições

No item referente aos débitos da Federação Maranhense de Futebol, o relatório divulgado ontem para a imprensa, mostra detalhes sobre a situação financeira da entidade, apontando a existência de 82 inscrições na Dívida Ativa da União e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), da ordem de R$ 2.177.694,27. Também fala sobre débitos na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional num total de R$ 1.434.347,00, além das dívidas de condomínio, que chegam a R$ 19.709,60.

Antônio Américo, no entanto, considera que tais dívidas são absolutamente normais e mais de 90% é referente a débito dos clubes com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“As dívidas com a Receita Federal sempre existiram, vem da administração anterior à minha mas muita coisa está prescrita. Havíamos contratado um escritório de advocacia para tratar desses assuntos. Releva registrar que mais de 90% da dívida com a fazenda nacional é débito dos clubes que não recolhem o INSS das rendas dos jogos. Eles vendem os ingressos e arrecadam, mas não recolhem o INSS. Não temos mecanismos para obrigá-los a recolher”, esclareceu.

A interventora também informa sobre o cronograma da reforma estatutária e novas eleições, que foram determinadas pela Justiça, mas agora ficam paradas devido ao Despacho Complementar do Ministro Flávio Dino, impede qualquer ato judicial ou extrajudicial até que o caso seja julgado liminarmente no Supremo Tribunal Federal. Após o trabalho de auditoria, a escolha da nova diretoria da Federação estava programada para o próximo dia 3 de novembro, porém, agora não tem data marcada. A FMF, inclusive, já suspendeu o recadastramento de ligas e clubes.

Conclusão

O documento diz que “o presente relatório evidencia avanços significativos no saneamento institucional da FMF e do IMF, com resultados práticos no controle financeiro, na reorganização administrativa, na transparência documental e na manutenção das competições esportivas. A Junta Interventora reafirma seu compromisso com os princípios da legalidade, moralidade e publicidade, em conformidade com o disposto na Lei Pelé (Lei nº 9.615/1998) e na Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), colocando-se à disposição deste Juízo para novas diligências que entender necessárias”.

Relembre o caso

Alegando irregularidades na gestão do presidente Antônio Américo Lobato Gonçalves, o Ministério Público do Maranhão (MPMA) ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Federação Maranhense de Futebol (FMF) e o Instituto Maranhense de Futebol (IMF). Segundo teria apurado, são fortes os indícios de falta de transparência e desvio de finalidade institucional.

Dezessete dirigentes foram denunciados, entre eles Antônio Américo Lobato Gonçalves, presidente afastado da FMF e Sílvio Arley Brito Fonseca, presidente do IMF.

A ação resultou no afastamento de todos os dirigentes e na nomeação da junta interventora que administra provisoriamente a FMF.

As dívidas com a Receita Federal sempre existiram, vem da administração anterior à minha mas muita coisa está prescrita. Havíamos contratado um escritório de advocacia para tratar desses assuntos. Releva registrar que mais de 90% da dívida com a fazenda nacional é débito dos clubes que não recolhem o INSS das rendas dos jogos. Eles vendem os ingressos e arrecadam, mas não recolhem o INSS. Não temos mecanismos para obrigá-los a recolher

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/10/fmf-relatorio-aponta-mais-suspeitas-a-americo/