Na última terça-feira, à tarde, parte dos membros do “Movimento Sampaio é do Povo” esteve reunida com os ex-presidentes do Sampaio Corrêa Futebol Clube, Manoel Ribeiro e Pedro Vasconcelos, em um encontro marcado pela convergência de propósitos e pelo compromisso com a verdade sobre supostas irregularidades constatadas na gestão administrativa da atual diretoria.
Durante a reunião, segundo os cabeças do movimento, “tratamos da grave crise moral, ética e patrimonial que atinge o clube, envolvendo denúncias de irregularidades e má gestão de bens esportivos e sociais”. Ambos os ex-presidentes manifestaram apoio irrestrito ao Movimento, assumindo o compromisso de integrar as próximas ações, endossar as representações apresentadas e colaborar com a entrega de “documentos comprobatórios sobre fatos que vêm sendo apurados oficialmente”.
O presidente Sérgio Frota, no entanto, tem negado, reiteradamente, qualquer irregularidade nos fatos que estão sendo divulgados. Por isso, entrou na Justiça contra o principal denunciante, por entender que está sendo vítima de calúnia e difamação. O professor Raimundo Santos, por sua vez, defende-se afirmando que as acusações não são contra a pessoa, mas dirigidas ao administrador, que estaria apenas querendo intimidá-lo para não prosseguir em suas acusações.
Denúncias viram mais um caso de polícia
No Ministério Público do município de São José de Ribamar, existem três pedidos de investigação e intervenção na administração do Tricolor, mas ainda na fase de apuração, considerada muito lenta pelos autores. Insatisfeitos com a demora, estes buscam novos caminhos na Justiça Comum. Por isso, o Movimento protocolou formalmente denúncias junto à Delegacia Geral de Polícia Civil do Maranhão, contendo o que chama de “irregularidades registrais, contratuais e patrimoniais relacionadas à área do Centro de Treinamento José Carlos Macieira, tradicionalmente vinculada ao Sampaio Corrêa”.
Os fatos reunidos insistem em afirmar a existência de “simulação contratual, conflito de interesses e utilização indevida de bem alheio, sob a aparência de dação inexistente, com grave risco de dilapidação de patrimônio esportivo, cultural e social de notório interesse público”.
Grilagem de terras
“As acusações também apontam para a possível prática de grilagem de terras em plena Região Metropolitana de São Luís, envolvendo sobreposição de registros e transações simuladas que podem caracterizar apropriação indevida de área pública ou de destinação social. Tais condutas, caso confirmadas, podem configurar também potencial perda de receitas tributárias, decorrente de operações irregulares e omissão fiscal, o que amplia a relevância criminal e econômica do caso”, enfatiza.
Diante do que considera uma gravidade e repercussão social dos fatos, o Movimento solicitou a instauração de inquérito policial para “apuração minuciosa das circunstâncias, identificação dos responsáveis e adoção das medidas legais e cautelares cabíveis”.
Cartórios
Paralelamente, um procedimento autônomo foi aberto pela Corregedoria Geral do Foro Extrajudicial (COGEX), órgão do Poder Judiciário do Estado do Maranhão, para que sejam investigados os atos praticados nos cartórios da região, especialmente quanto a registros, averbações e transcrições potencialmente irregulares relacionados à área do CT José Carlos Macieira. Na próxima semana, o Movimento, em conjunto com os ex-presidentes Manoel Ribeiro e Pedro Vasconcelos, outros ex-diretores do Clube e advogados, discutirá a minuta da Ação Civil Pública com pedido de liminar, pedindo o afastamento cautelar da atual diretoria e a nomeação de interventor judicial.
Fala, Sérgio Frota!
Procurado por O Imparcial para se manifestar diante do que acaba de ser noticiado pelo Movimento, o presidente do Sampaio Corrêa, Sérgio Frota afirmou. “A resposta eu vou dar judicialmente. O que tinha de falar eu já falei. Isso aí não tem nada de objetivo, na minha opinião. Eles estão querendo criar fatos. Não tem novidade nenhuma nisso aí”, resumiu Frota. Anteriormente, em uma declaração a este mesmo jornal, o presidente tricolor disse já ter explicado tudo ao MP tanto de Ribamar como de São Luís, que inclusive usou R$ 900 mil do próprio bolso e mais R$ 282 mil de sua empresa, como patrocínio para pagar dívidas do clube.
“É só ver o balanço e a DRE publicados no site do Sampaio. Se eu não tivesse emprestado esses valores o Sampaio não teria pago grande parte de seus compromissos financeiros. A resposta eu vou dar judicialmente. O que tinha de falar eu já falei. Isso aí não tem nada de objetivo, na minha opinião. Eles estão querendo criar fatos.”
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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/10/sampaio-correa-movimento-tem-apoio-de-dois-ex-presidentes/
