Cinco anos depois, Cícero regressa em 2026 com “Uma Onda em Pedaços”, disco sobre perdas e recomeços

A digressão de apresentação arranca a 3 de outubro, no Brasil, e passará por várias cidades. Em Portugal, Cícero sobe aos palcos ainda em 2025, com um espetáculo especial, e regressa em 2026 com o novo álbum.

O disco nasceu do silêncio. Do tempo suspenso. Do caos.

Após a pandemia, Cícero atravessou o maior intervalo sem editar álbuns desde o início da sua carreira. Aos 39 anos, o músico carioca transforma perdas e recomeços num trabalho que oscila entre o experimental e o profundamente emocional.

“Passei a vida a registar tudo em álbuns”, confessa. “Uma Onda em Pedaços” é feito de canções em português, inglês e até sem idioma definido. Cada faixa tem vida própria, nos arranjos, nas letras, nas vozes, e remete a momentos distintos, como Sábado (2013) ou A Praia (2015).

Do jazz ao forró, do rap ao clássico;  Cícero apaga fronteiras e reinventa-se.

De Lucille, com a sua atmosfera calorosa, até à desconcertante Meu Amigo Harvey, que junta Brahms, contos e cinema, o álbum é uma viagem sensorial. Um reflexo do manifesto antropofágico de Oswald de Andrade, onde tudo o que se absorve se transforma.

Pássaro Nave, a faixa de abertura, lança o tom: “Quando estava, não estava, andava desligado”. Uma metáfora perfeita para o artista em reconstrução.

Com ecos de Fernando Pessoa, “No rebanho dos meus pensamentos”, este álbum é feito de fragmentos emocionais que, juntos, revelam a alma de Cícero. Cada canção é uma ilha, e o ouvinte é convidado a navegar sem bússola, confiando apenas na sensibilidade. Um disco que não simplifica nem subestima: oferece complexidade, verdade e beleza crua.

“Todo o mundo entende tudo.” E quem ouvir, vai entender.

Portugal recebe Cícero em dezembro com um espetáculo especial

Em antecipação a uma grande digressão planeada para 2026, Cícero traz ao público português Concerto 1, um espetáculo que percorre os momentos mais marcantes da sua carreira, com um “cheirinho” de “Uma Onda em Pedaços” ao vivo.

12 de dezembro – Vale de Cambra
13 de dezembro – Cine-Teatro de Amarante
15 de dezembro – Teatro Maria Matos, Lisboa

Estes concertos serão uma oportunidade única de (re)descobrir o universo do artista e de ouvir, em primeira mão, algumas das novas faixas do disco da tour que se avizinha em 2026.