A sala de programação musical B.Leza, em Lisboa, celebra em dezembro 30 anos dedicados a promover a cultura lusófona, com uma programação até ao final do ano que inclui concertos da Banda Monte Cara, Fogo Fogo e Beto Dias.
De acordo com o clube B.Leza, num comunicado hoje divulgado, a “celebração oficial” acontece na noite de 20 para 21 de dezembro, mas as iniciativas culturais, que começaram em setembro, estendem-se até ao final do ano e continuarão em 2026 “com uma programação sempre distintiva e cada vez mais eclética, mantendo sempre o ADN” daquele espaço.
Em novembro, a programação arranca logo no dia 01 com o evento Africa Aki, que resgata a memória do Clube Monte Cara, que abriu em 1976 na zona do Rato, tornando-se “um dos principais epicentros da cultura africana com a influência de Cabo Verde, em Lisboa”.
Naquela que será “uma noite de celebração dos 50 anos das Independências africanas”, além da Banda Monte Cara, que junta veteranos do clube fundado pelo cantor Bana com músicos da nova geração, atuam os cantores Micas Cabral, voz dos Tabanka Djaz e Mário Marta.
A programação de novembro inclui também, entre outros, a apresentação do novo álbum da cantora Da Chick, “Up in the clouds”, no dia 06, um dos espetáculos de celebração dos 10 anos de carreira dos Fogo Fogo, que terá como convidado o músico Djodje, no dia 14, e atuações do cantor Beto Dias, no dia 21, e das Batucadeiras Freirianas Guerreiras, no dia 29.
Em dezembro, o B.Leza é palco, entre outros, de concertos do cantor Don Kikas, no dia 06, de Scúru Fitchádu e dos MAQUINA, no dia 18, dos Fogo com Carlão, no dia 19, da Banda Simpatia, numa homenagem ao músico Jorge Ben Jor, no dia 26, e da noite Fidju Fema, com Fidju Kitxora, Coletivo Gira e Cacique 97, no dia 12.
O alinhamento da festa de celebração dos 30 anos do B.Leza será anunciado “brevemente”.
Além da programação musical, todos os meses aos sábados há matinés com a Banda B.Leza, e aos domingos ‘workshops’ de dança.
O B.Leza abriu em 21 de dezembro de 1995 no salão nobre do Palácio Almada-Carvalhais, no n.º50 do Largo Conde Barão, na zona lisboeta de Santos, mas a sua história começou antes disso.
Em meados da década de 1980, “depois dos bares do Bairro Alto fecharem”, era para aquele palacete que “a Lisboa artística e boémia descia de braço dado e se misturava com os castiços do Cais do Sodré e Mercado da Ribeira, ou com quem vinha do circuito das ‘discotecas africanas’ da Rua de São Bento”.
Eram as “Noites Longas”, que deram depois lugar a “O Baile”, inaugurado pelo cantor Dani Silva e pelo pai das duas responsáveis do B.Leza, Madalena e Sofia Saudade da Silva, José Manuel de Faria Saudade e Silva, que morreu em 1994.
O B.Leza funcionou no Palácio Almada-Carvalhais até 30 de junho de 2007, ano em que a Câmara Municipal de Lisboa declarou o clube um “espaço de relevância cultural e social”.
Até se instalar em definitivo na localização atual, o Cais do Gás, no Cais do Sodré, onde reabriu em 02 de março de 2012, o B.Leza tornou-se itinerante, tendo passado pelo Musicbox, Teatro São Luiz, Teatro da Luz, Cabaret Maxime e Teatro do Bairro Alto.
As irmãs Saudade e Silva garantem que, embora o lugar tenha mudado, “o espírito manteve-se”.
“A música africana de expressão lusófona – com destaque para Cabo Verde – continua a ser protagonista, e a Banda B.Leza reassumiu os fins de semana, enquanto a semana foi-se abrindo a outros universos sonoros”, lê-se no comunicado hoje divulgado.
Além da música e da dança, o B.Leza tem sido também espaço de “coprodução de projetos de teatro, exibição de documentários e filmes, lançamento de livros, mostras de gastronomia, feiras de artesanato, exposições de pintura e fotografia e encontros de poesia e de contadores de histórias”.
Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/clube-b-leza-em-lisboa-celebra-em-dezembro-30-anos-dedicados-a-promocao-da-cultura-lusofona/

