A “herança musical e emocional” do músico cabo-verdiano Orlando Pantera, que morreu em 2001, é lembrada num documentário de Catarina Alves Costa, que estreou na quinta-feira nos cinemas portugueses.
O filme é apresentado como “o retrato íntimo de um homem que deu voz à alma do seu povo — um pai, um criador e um símbolo da identidade cabo-verdiana”, tendo sido duplamente distinguido em maio no festival IndieLisboa, com o prémio do público e o prémio de melhor filme na secção “IndieMusic”.
Na altura da estreia de “Orlando Pantera” no IndieLisboa, Catarina Alves Costa contou à Lusa que começou a pensar neste projeto em 2000, quando conheceu o músico (batizado Orlando Monteiro Barreto) em Cabo Verde, à margem de um outro projeto documental, sobre a criação teatral cabo-verdiana.
A realizadora filmou e recolheu vários materiais sobre o músico, mas que nunca chegaram a ser usados, até que, anos depois, a única filha de Orlando Pantera, Darlene Barreto, a desafiou a fazer um documentário.
Com uma narrativa guiada por Darlene Barreto, o filme junta diversos arquivos, nomeadamente da família do músico, inclui filmagens de Orlando Pantera a cantar e também de outras pessoas a interpretarem as músicas dele.
Para Catarina Alves Costa, Orlando Pantera (1967-2001) “mudou, de certa maneira, o paradigma da música de Cabo Verde, ao ir buscar os ritmos mais tradicionais, principalmente os instrumentos da ‘tabanka’, o búzio, o tambor, o batuque”, no fundo “as origens mais africanas”.
“Orlando Pantera” chega aos cinemas portugueses depois de já ter sido mostrado também em Cabo Verde, no Centro Cultural Português da Praia.
Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/documentario-sobre-o-musico-cabo-verdiano-orlando-pantera-estreia-nos-cinemas-portugueses/
