23 de junho de 2025
“O que contava era quem vendia mais álbuns, agora é
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Diogo Piçarra / DR

Diogo Piçarra já completou uma década de carreira e, segundo confirma, avizinha-se “um álbum comemorativo dos dez anos. Está quase na fase final de produção. São dez músicas com dez artistas diferentes” e vai chamar-se, justamente, “Dez”. Acrescenta ainda: “É um projecto diferente de tudo o que já fiz, totalmente colaborativo e com versões das minhas músicas dos últimos dez anos.” Dia 20 de junho os fãs vão poder, também, adquirir um livro comemorativo dos dez anos do artista, já disponível em pré-venda. Trata-se “de um álbum de memórias com fotos, com textos dos últimos dez anos”, avisa Diogo Piçarra. E completa que “foi feito com muito amor, por mim e pelo meu irmão.”

A par dos seus dez anos de carreira, o artista, que se encontra de momento em digressão pelo seu álbum “SNTMNTL”, falou ainda em entrevista à Comunidade Cultura e Arte (CCA) sobre o peso das novas plataformas digitais na indústria musical, como os concertos ainda são preponderantes para a remuneração dos artistas — o rendimento através de Youtube e Spotify é uma ninharia — e como as visualizações e o “viral” ganham peso para os promotores, contratos e para se ser chamado para mais concertos e feiras: “Os promotores olham para quem está em alta, quem está viral, quem aparece no TikTok, quem está no top 50 em Portugal e isso muda tudo.”

Nas reuniões no Palácio de Belém, o Presidente da República destacou o facto de teres incentivado o talento e a carreira de outros artistas, nomeadamente pela tua participação no “The Voice”. Dez anos depois do teu primeiro álbum, achas que é importante também teres conseguido isso, ajudar e incentivar o talento dos outros?

Nunca parto da ideia de incentivar o talento de alguém: gosto da voz, do estilo ou do timbre e  penso que essa pessoa pode acrescentar algo à música. Penso mais na parte musical, no que a música pode ganhar, como pode crescer ainda mais. Depois, claro, há a expectativa de poder ajudar essa pessoa a crescer, de ter algo para lhe oferecer ou para a incentivar. Mas o objectivo principal é sempre a música, que ela ganhe mais, e pensar sempre no que podemos fazer para que a música se torne mais rica.

Diogo Piçarra / DR

O quão importante é a entreajuda entre os artistas?

Hoje em dia acho que nem é bem um assunto. Há uma espécie de troca independentemente do estilo, da idade ou até do tempo de carreira do artista. Acontece muito, inclusive, em colaborações com artistas mais consagrados como o Rui Veloso e o Pedro Abrunhosa com artistas que estão a começar e, esse tipo de entreajuda, também acho que nasce desse princípio de que as pessoas se identificam e gostariam de colaborar. No meu caso, pelo menos, tem sido sempre assim quando me identifico com alguém. Nunca me importo se é mais ou menos conhecido, se tem mais ou menos tempo de carreira. Acho que esse tipo de ajuda só enriquece a música portuguesa e a própria indústria. Não sei se no passado — e nem falo de há muito tempo, talvez há uns 15 anos — este tipo de colaboração existia. Mas fico muito feliz por estar a viver esta fase da música portuguesa em que não há preconceitos. Os D.A.M.A lançaram uma canção com a Ágata, por exemplo, e é bonito ver este tipo de entreajuda e colaboração, até com coisas fora da caixa. Acho que só acrescenta à música, até mesmo a Rosinha com a Bárbara Tinoco. Hoje é um não assunto. Não existe esse tipo de preconceito quando a música fala mais alto.

É curioso que a colaboração com o Pedro Abrunhosa acaba por ser simbólica. Numa entrevista, disseste que ele foi como um mentor para ti no programa Ídolos. Agora também há concorrentes que guardam essa memória de ti. É como se um ciclo se completasse?

Sim, é uma bela história. Apesar de, no “Ídolos”, não haver o título de “mentor”, o painel era apenas de jurados, sem acompanhamento mais próximo, o Pedro acabou por ter esse papel mais de mentor do que de jurado. Ele foi além da sua obrigação: incentivava-me sempre, dava palavras de força e apoio. Nesse sentido, houve uma relação especial. Ainda hoje falo com o Manuel, a Bárbara e o Tony Carreira. Há sempre uma ligação especial pela história que tivemos, mas o Abrunhosa é, sem dúvida, o artista com quem mais me identifiquei pelas letras, pelo discurso, pela postura, pela longevidade. E quando comecei a escrever “Amor de Ferro”, percebi logo que podia ser a música ideal para fazermos juntos. Claro que isso dependia da aprovação dele. Mas, nos últimos 12 anos, nunca pensei “tenho de fazer uma música com o Abrunhosa”. A música é que me encontrou. Nunca foi uma obrigação. Aconteceu quando tinha de acontecer. O Pedro adorou o título, a melodia, a letra. Foi tudo muito fácil e rápido e, sem dúvida, foi o completar de um ciclo. Mas quem sabe, podem vir aí mais músicas ou até projectos com ele. Por isso, o ciclo nunca está totalmente fechado.

Queres falar um pouco sobre o peso das colaborações no álbum “SNTMNTL”?

Como disse no início da conversa, são colaborações que achava que podiam ajudar a enriquecer a música. Sempre gostei muito da Jüra e lembro-me de, há mais de um ano e meio, ter descoberto a música dela no “Spotify”. Mandei-lhe uma mensagem no Instagram a dizer que adorava o estilo e a voz dela, e que um dia tínhamos de trabalhar juntos. Ela respondeu logo que sim, que podia ser. Passado mais de um ano, voltei a escrever-lhe a perguntar como estava, se nos podíamos juntar, e foi rápido. Fomos para estúdio e surgiu o “Sabesamar”, também com o namorado dela que se juntou a nós. Foi super fácil. Ela é uma pessoa muito bem-disposta e adoro a voz dela. Acho que nos complementamos. A Sofía [Martín] foi outra voz que descobri numa sessão de composição, nuns estúdio perto do Porto. Estava a decorrer uma sessão de composição com vários artistas espalhados nas salas do estúdio e calhou estar na sala com produtores e com a Sofía. Adorei a voz dela logo desde o início. A música que fizemos nessa tarde era para outro artista, mas acabou por ser para nós e cantámos e gravámos logo. Com Bispo não há muito a dizer, a música já existia, tanto no meu reportório como no dele, mas ainda não tinha lugar em nenhum álbum. Decidi colocá-la no “SNTMNTL”, para ter uma casa onde pudesse estar.

 Em relação ao EP Chuva, destacas uma dicotomia entre força e vulnerabilidade. O que significa essa oposição?

Acho que as canções falam por si, especialmente “Chuva”. Tem essa dicotomia de ser uma música forte pelo instrumental, pela voz e pelo sentimento que carrega e, ao mesmo tempo, tem uma letra frágil que escrevi em 2020, na altura da pandemia. Foi mesmo inspirada nesse tempo incerto e louco que estávamos a viver. Escrevi o refrão nessa altura. Os versos não ficaram muito bons, por isso não os usei. Mas o refrão sobreviveu durante estes quatro ou cinco anos: “Não sei por que chove sobre mim”. Era o estado de espírito em que vivia. O EP “Chuva” vive destas duas emoções. As outras músicas,“O Dia Difícil” e “Contínuo de Pé”, também seguem essa linha: apesar da força de “Contínuo de Pé”, a letra é igualmente frágil. Há, depois, uma versão de “Arcade”, uma música que cantei n’A Voz. Como teve uma boa recepção, decidi regravá-la agora em versão acústica. Adoro o resultado final. É uma música linda e quis que fizesse parte do EP.

Sobre essa versão, “Arcade”: quais são os desafios de interpretar uma música que não é a tua?

Sempre cantei versões, desde o início da minha carreira, e sempre fiz versões diferentes das músicas de que mais gostava. Um bom truque que uso é ouvir pouco a versão original e isso quase me dá a obrigação de fazer algo diferente. Como não tenho a original muito presente, acabo por cantá-la à minha maneira. O desafio está em tentar não deturpar a música, não perder o sentimento original, mas ao mesmo tempo deixar lá a minha identidade. Sempre fiz isso com covers, desde o início, e ainda hoje faço. “Arcade” foi uma delas mas, neste caso, como foi uma atuação n’A Voz, foi completamente diferente. Nunca tinha feito uma audição às cegas. O programa em que participei, o “Ídolos”, não tinha esse formato. Então foi a primeira vez que estive atrás de quatro cadeiras viradas, à espera que carregassem no botão. Preparei a música a pensar nisso, em fazer coisas com a voz para que puxassem o botão. Foi uma cover diferente e correu bem. Mesmo que tenham reconhecido a minha voz ou não, acho que carregaram no botão por curiosidade. Trabalhei bem a música e a versão para que resultasse num teste às cegas.

É importante para ti, então, ao fazer uma versão, respeitar a original mas deixar sempre o teu toque pessoal.

Claro, e adoro que façam covers das minhas músicas. Gosto que inventem, que reinventem e remisturem. Adoro ouvir como a minha música funciona noutra voz, noutro estilo. Coisas que nunca me passariam pela cabeça e, de repente, penso: “Porque não fiz isto?” Gosto de ver as pessoas a dar um toque pessoal às minhas músicas enquanto lhes dão uma nova vida, porque é isso que também gosto de fazer com as músicas dos outros. Em breve vai sair uma espécie de disco em comemoração dos dez anos, com canções minhas, que já saíram, mas todas essas dez canções com artistas diferentes, e todas elas com o cunho pessoal desses artistas. Convidei artistas de que gosto muito e todos eles darão o seu próprio cunho a essas músicas.

Podes falar um pouco mais sobre esse álbum?

Basicamente, é um álbum comemorativo dos dez anos. Está quase na fase final de produção. São dez músicas com dez artistas diferentes. Como são dez artistas, cada um tem o seu produtor. Ainda não vou revelar os nomes, mas é um álbum que nasce muito dos artistas. Fui eu que os escolhi, claro, mas deixei-os escolher a sua música preferida dos últimos dez anos — desde o álbum “Espelho” até ao “SNTMNTL” — e também deixei que produzissem à sua maneira. Foi bonito ver as escolhas deles e o que fizeram com cada canção. Também participo em todas as músicas. O álbum vai chamar-se “Dez”. É um projecto diferente de tudo o que já fiz, totalmente colaborativo e com versões das minhas músicas dos últimos dez anos.

Diogo Piçarra / DR

Foi fácil reunir esses dez artistas?

Sim, super fácil. Acho que isso também tem a ver com escolher as pessoas certas, com quem me identifico. Nem todos têm muitos anos de carreira ou muita experiência: na verdade, quase todos estão a começar. Com excepção de alguns, a maioria é de artistas emergentes. Foi tudo fácil porque são pessoas com vontade, energia, talento, e escolhi-os por isso, porque sinto que há muito talento na nova geração, assim como vontade de trabalhar.

Numa entrevista ao podcast “Caravana” disseste que a música te ajudou e continua a ajudar a curar feridas, sobretudo as da adolescência. Foi isso que te levou a começar a compor?

Penso que sim. E muito antes de compor, já escrevia. Lembro-me que, com a disciplina de Português e com todos os poetas e escritores que estudávamos no secundário, comecei a ganhar inspiração para escrever versos, ainda sem música. Mais tarde, comecei a ter aulas de guitarra e a escrever as primeiras canções. Mas muito antes disso já deixava no papel os sentimentos menos bons. Por isso, escrever e fazer música foi sempre uma forma de libertar o que sentia, de catarse. A música de repente começou a correr bem e é bom ver as pessoas a cantarem as canções que precisei de escrever, quase por necessidade, e é bom ver que fazem parte da vida das pessoas e ouvi-las quando cantam nos concertos. É uma óptima comunhão mas, em primeiro lugar, tenho de escrever e de compor para me libertar. Depois, é óptimo ver que chega ao coração das pessoas e que elas próprias também têm algo para se libertarem. 

Já falaste um pouco sobre isso, mas ainda te lembras das tuas primeiras tentativas de compor e escrever letras?

Lembro-me muito bem. Não aconselho e não há muitas canções lançadas dessa altura. Posso falar de uma fase da minha banda, os “Fora da Bóia”, que foi, se calhar, onde escrevi mais. Era o principal autor da banda e o principal compositor, porque também era um dos vocalistas, então cantava alguns refrões, alguns versos, compunha e levava ideias para os ensaios. Depois da banda, a solo, as primeiras canções também foram uma descoberta, porque pela primeira vez estava a escrever sozinho, sem a banda. Foi sempre uma descoberta. A banda era mais reggae, pop rock, alternativo. A solo era algo mais introspectivo e mais inspirado em Manel Cruz e Ornatos Violeta, que ouvia muito na altura, e também os The Weasel. Estava a descobrir não só o meu estilo de escrita, mas também a minha voz. Se ouvirem a minha voz de há 15 anos, não tem nada a ver. Estava a descobrir a voz e a escrita e acho que, mesmo hoje, ainda estou a descobrir. Vou sempre evoluindo e desenvolvendo esse estilo de escrita e de canto. Sem dúvida, se ouvir coisas de há dois ou três anos já noto diferença, quanto mais de há dez anos ou mais.

Sentes que neste EP houve também uma evolução tua como produtor e compositor?

Sinto que houve uma aproximação às minhas influências. Sempre tive influências mais rock, mais nu metal. Sempre ouvi bandas desse estilo, mas nunca consegui pôr isso em prática nas minhas canções. Sinto que em português é difícil colocar esse estilo, essas influências. Nem todo o tipo de letra funciona neste estilo e, também, por medo da aceitação do público. Por isso vou, aos poucos, sentindo o feedback. Até nos próprios concertos estou a acrescentar isso com a ajuda da minha banda, que já era uma banda metal e sinto que tive um bom feedback. Talvez no próximo álbum possa ter uma influência mais rock electrónico, que gosto muito, principalmente no último álbum dos Linkin Park, em que fizeram um grande trabalho com a nova vocalista. É sempre arriscado chamar um novo vocalista quando a voz e a obra do vocalista principal, o Chester, está tão presente na nossa memória e no nosso coração. Vou, por isso, acompanhando e sinto que o meu público tem gostos muito parecidos aos meus. Gostam de bandas como Linkin Park ou 30 Seconds to Mars, onde o rock eletrónico está bem presente. Por isso sinto que posso ter uma janela ou uma porta nessa área, sem dúvida, aqui em Portugal não há muito disso. Mas sempre quanto baste, com a nossa língua é sempre perigoso e difícil cantar o que se faz lá fora. Nunca vai soar tão bem traduzido ou diretamente traduzido em português. Por isso é sempre com cuidado. Comecei a minha carreira no pop rock e não quero enganar ou defraudar as pessoas que me seguem há tantos anos e, de repente, mudar e fazer outra coisa. Mas sem dúvida, gostava de acrescentar mais influências da minha juventude.

Nestes dez anos, qual achas que foi a maior evolução na indústria musical? Por exemplo, achas que há uma maior pressão das redes sociais? 

Muita coisa mudou nos últimos dez anos. Vi muita coisa acontecer. A primeira coisa foi, claro, as redes sociais. O público dividiu-se muito. O que estava concentrado numa só plataforma como o Facebook, depois o Instagram, de repente dividiu-se entre TikTok, Twitter, Threads, Youtube e outras plataformas de streaming. Ou seja, a forma de comunicar com o público mudou muito e os artistas tiveram de se adaptar. Sinto que estou a adaptar-me e, por isso, nem imagino quem está cá há mais tempo, que teve carreiras sem plataformas, sem redes, e de repente tem de promover um concerto de forma orgânica mas, ao mesmo tempo, tem de chegar ao maior número possível de pessoas. É uma adaptação. Sinto que a cada ano ou a cada cinco anos temos de nos adaptar à forma como o público nos ouve e nos recebe. Até a forma de promover a música, também mudou. As plataformas digitais mudaram a forma como a música é ouvida. O Spotify, o Tidal, a Apple Music, o Youtube Music e por aí fora, tudo mudou. Hoje em dia há métricas, rankings, e tu percebes logo quem é o artista mais ouvido, quem é que vai ser convidado para mais festivais e feiras. Os promotores olham para quem está em alta, quem está viral, quem aparece no TikTok, quem está no top 50 em Portugal e isso muda tudo. Antigamente, o que contava era quem vendia mais álbuns, agora é quem tem mais visualizações ou é mais viral. Nada vai ficar igual. Vão fechar plataformas e abrir outras. Mas sem dúvida, mesmo seguindo de longe, tento surfar essa onda. Tenho 30 anos, mas já me sinto velho a fazer vídeos virais ou para promover a minha música, mas acho que se formos fiéis ao nosso estilo e orgânicos, pode correr sempre bem. Não é preciso seguir tendências se não nos identificarmos com elas. Isso é o que eu sinto e o que aconselho a quem está a começar ou mesmo a quem já cá anda há anos.

Mas com estas plataformas, a forma como o artista é remunerado também mudou? Os concertos já não são tão preponderantes a nível monetário, uma vez que pode haver outras fontes de rendimento?

 A forma como se ouve música também se tornou mais rápida, mais fácil e grátis. A pintura mudou. O facto de um artista estar cá há mais anos não é sinónimo de ser o artista com mais sucesso. Hoje em dia um artista novo, com um som que chegue aos mais jovens ou a um público mais vasto, pode fazer música no quarto, à borla, no portátil dele e, de repente, estar no top viral do Spotify, ser o artista mais contratado do ano, ir a mais feiras e ir tocar a mais sítios. Aconteceu com o Evandro, com o Van Zee, e esse sonho é real. Pode acontecer. Podes fazer música no teu quarto e, de repente, fazeres uma digressão e aí, sim, continuo a achar que os concertos são a principal fonte de rendimento. No entanto, com esta democratização e facilidade em se fazer música e colocá-la no Spotify e outras plataformas, acho que há muita música a ser lançada por dia, por semana, por mês, por ano e, por isso, acho que se vai tornar mais difícil alguém destacar-se. Os concertos são importantes e, quanto a mim, tem-me corrido bem porque não sobrevivo só no mundo digital. Sobrevivo também na rádio e na televisão, com o “Voice” e outros programas, o grande público conhece-me também de outros sítios, porque se tivesse de sobreviver só do Instagram, Tiktok e Spotify, se calhar tinha a minha vida mais dificultada. Mas sem dúvida que, hoje em dia, o grosso e a grande fonte de rendimento continuam a ser os concertos, os direitos de autor e passar muito na rádio. Se estivermos a falar do Spotify e YouTube, é uma ninharia, parece uma brincadeira.

Como tem corrido a tua digressão?

Neste momento estou no segundo ano do álbum “SNTMNTL”. A digressão é do “SNTMNTL” porque o álbum saiu no ano passado mas acrescentei as músicas do EP “Chuva” também. Não me posso queixar, tem corrido muito bem. Gosto muito do concerto que temos neste momento com pirotecnia, bailarinos e com todo o envolvimento digital e robótico. Acho que as estruturas que temos representam bem o álbum e quem vai ao concerto percebe isso. Temos estruturas que se mexem, robôs e espero que quem vá sinta esse envolvimento e entenda o “SNTMNTL” e o “Chuva”.  Neste momento estou no “The Voice Kids”, estamos na fase das batalhas e vamos até julho, até à final, que será em direto.

E a festa dos dez anos?

Foi uma colaboração entre mim, a minha agência e a minha editora. Decidimos fazer uma festa em privado para a qual chamámos pessoas que fizeram parte do meu percurso: parceiros, rádio, redes sociais, produtores, autores, artistas, equipa técnica, malta que fez parte dos meus últimos 10 anos e não só. Foi uma celebração quase em privado, pela primeira vez fiz uma espécie de festa e quis celebrar com pessoas de quem gosto muito, que fizeram parte do meu percurso e que irão fazer parte também. Foi uma forma de materializar os últimos dez anos. Estava no ar o desejo de fazer um concerto de comemoração, mas achámos que seria melhor deixar isso para mais tarde, para um próximo álbum, num próximo projeto. Deixámos, por isso, a festa dos dez anos apenas para os mais próximos e foi muito bonito. Nessa festa houve alguns brindes, uma revista, uma espécie de livro, um álbum de memórias com fotos, com textos dos últimos dez anos e, em breve, será lançado para o público em geral. Esse livro também estará à venda e foi feito com muito amor, por mim e pelo meu irmão, e em breve estará disponível para que as pessoas também possam ter essa memória, esse álbum, esse livro. [O livro já se encontra disponível para pré-venda e sairá para venda aberta ao público dia 20 de Junho].

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Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/entrevista-diogo-picarra-o-que-contava-era-quem-vendia-mais-albuns-agora-e-quem-tem-mais-visualizacoes-ou-e-mais-viral/