27 de junho de 2025
Festival de Música dos Capuchos 2025 celebra a excelência e
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Na quinta edição consecutiva desde o ressurgimento em 2021, o Festival de Música dos Capuchos (FMC) regressa em 2025 com o tema Entre Mundos, propondo uma reflexão artística sobre a interculturalidade, a diversidade e o diálogo entre diferentes universos – civilizacionais, temporais e espirituais –, que se revelam através da linguagem universal da música.

De 30 de maio a 27 de junho, Almada volta a ser palco de um dos mais relevantes eventos culturais do país, com concertos e atividades a decorrer no emblemático Convento dos Capuchos, matriz espiritual do Festival, mas também em diversos espaços da cidade, como o Teatro Municipal Joaquim Benite, o Auditório Fernando Lopes-Graça e, pela primeira vez, no Parque da Paz, que acolhe um concerto sinfónico ao ar livre.

Entre os grandes destaques desta edição está a estreia em Portugal da Orquestra Sueca “Musica Vitae”, sob direção do consagrado violinista austríaco Benjamin Schmid, que protagoniza dois concertos: um programa inaugural, com obras de Mozart e Tchaikovsky, e a estreia nacional do seu projeto Jazz Violin Concertos, que cruza linguagem clássica com improvisação jazzística.

O espírito “entre mundos” está ainda presente na atuação do The Naghash Ensemble of Armenia, agrupamento que funde música sacra medieval arménia com influências contemporâneas e pós-minimalistas, e no concerto “A História do Tango”, liderado por Marcelo Nisinman, discípulo de Piazzolla, num tributo ao tango argentino.

A música antiga está em evidência com dois programas de especial relevância histórica: “A Música da Lírica Camoniana”, pelo Concerto Atlântico de Pedro Caldeira Cabral, celebra os 500 anos de Camões, enquanto o ensemble barroco Tra Noi apresenta “Telemann goes East”, numa viagem pelo diálogo entre o barroco alemão e as tradições populares da Europa de Leste.

A vertente contemporânea do Festival inclui o programa “Boulez 100”, com o clarinetista Jérôme Comte, solista do Ensemble Intercontemporain de Paris, num recital que celebra o centenário do nascimento de Pierre Boulez, incluindo obras de Berio, Donatoni, Grisey e Stravinsky. Outro momento emblemático será o concerto “Noite Transfigurada”, com solistas da Academia Barenboim-Said e da West-Eastern Divan Orchestra, homenageando o célebre maestro e pianista Daniel Barenboim com obras de Brahms e Schönberg.

A presença nacional afirma-se com artistas e agrupamentos de referência, como a Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida por Pedro Neves, que interpreta no Parque da Paz a célebre Sinfonia “Do Novo Mundo”, de Dvořák; o DSCH – Schostakovich Ensemble, com obras de Schubert, Dvořák e uma estreia absoluta de uma obra do compositor Sérgio Azevedo; o João Barradas Trio, com o seu novo projeto Aperture, e o quinteto 100 Caminhos, com um concerto-passeio no Convento, uma das novidades desta edição.

No campo do piano, há dois recitais de excelência: o lendário pianista vietnamita Dang Thai Son, vencedor do célebre Concurso Chopin de Varsóvia, com um programa dedicado a Chopin e Debussy, e o pianista e diretor artístico do Festival, Filipe Pinto-Ribeiro, com um recital-tributo a Franz Liszt, explorando a poética do sonho e do virtuosismo romântico.

Como sempre, o FMC é também espaço de pensamento e partilha. As Conversas dos Capuchos, com curadoria e moderação de Carlos Vaz Marques, decorrem este ano antes dos concertos do Festival e dedicam três sessões ao centenário de José Cardoso Pires, aos 100 anos da publicação de O Processo, de Franz Kafka, e a uma reflexão sobre o próprio tema do Festival – Entre Mundos.

O programa inclui ainda atividades paralelas, que reforçam a ligação entre música, educação, património e natureza: os Prelúdios dos Capuchos (conversas pré-concerto), a já tradicional Caminhada na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil, a Visita Guiada ao Convento dos Capuchos, e as Masterclasses dos Capuchos, orientadas por Professores das Universidades de Salzburgo, Oslo e Lucerna.

Em 2025, o Festival inaugura também a iniciativa Ópera para Crianças, com sessões da ópera Bastien et Bastienne, de Mozart, numa produção dirigida por António Wagner Diniz, especialmente concebida para o público do pré-escolar e do 1.º ciclo.

Em suma, trata-se de uma programação de excelência, que reafirma o Festival de Música dos Capuchos, sob a direção artística de Filipe Pinto-Ribeiro, como uma referência incontornável no panorama musical nacional e internacional.

Continuando o propósito do FMC, de promover o acesso democrático à Cultura de excelência, a programação inclui, pela primeira vez, dois concertos de entrada gratuita, sendo que os bilhetes para os restantes concertos têm valores de 10 e 17 euros, com diversos descontos associados e assinaturas, encontrando-se à venda no Convento dos Capuchos e no Auditório Fernando Lopes-Graça, bem como nos locais habituais. As demais atividades do FMC são todas de entrada gratuita.

O programa detalhado do Festival pode ser consultado aqui.

Conteúdo patrocinado por Município de Almada.

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Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/festival-de-musica-dos-capuchos-2025-celebra-a-excelencia-e-a-diversidade-cultural/