8 de dezembro de 2025
um novo disco-tributo que recria 14 sonetos de Florbela Espanca
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Primeiros singles — “Perdidamente”, d’Os Quatro e Meia, e “Vaidade”, de IOLANDA — já estão disponíveis.

No dia em que Florbela Espanca nasceu e partiu — 8 de dezembro, data profundamente simbólica na memória literária portuguesa — é anunciado Florbela, um projeto musical que revisita e celebra a obra da poetisa através de 14 sonetos musicados e interpretados por algumas das vozes mais relevantes da música portuguesa atual, com direção artística de João Só.

O álbum tem lançamento marcado para 20 de março, véspera do Dia Mundial da Poesia, reforçando o caráter literário e poético do projeto. Os primeiros avanços do disco, “Perdidamente”, d’Os Quatro e Meia, e “Vaidade”, de IOLANDA, já estão disponíveis nas plataformas digitais.

Além de João Só, Os Quatro e Meia e IOLANDA, o disco conta ainda com contribuições de Ana Mariano, Carolina de Deus, Cláudia Pascoal, D.A.M.A, Edmundo Inácio, Joana Espadinha, Luís Trigacheiro, Manuel Guerra, Marisa Liz & Jorge Pitacas, Mimi Froes e os NAPA.

Florbela propõe uma abordagem contemporânea a textos imortais, apresentando Florbela Espanca a novas gerações e evidenciando a pluralidade de leituras que a sua obra permite — marcada por intensidade emocional, simbolismo, decadentismo e uma voz feminina singular na literatura portuguesa do início do século XX.

Em “Perdidamente”, Os Quatro e Meia dão vida a um dos sonetos mais conhecidos de Florbela, num arranjo que cruza emoção, tradição e a estética pop portuguesa que caracteriza a banda. A história dos Os Quatro e Meia começou em 2013, movida por amizade e espontaneidade, num concerto solidário que viria a marcar o início de uma das bandas mais acarinhadas do país. A formação — Tiago Nogueira, Ricardo Liz Almeida, Mário Ferreira, João Cristóvão Rodrigues, Rui Marques e Pedro Figueiredo — rapidamente conquistou público e crítica com a sua identidade profundamente portuguesa e uma presença ao vivo que encheu salas como os Coliseus, Campo Pequeno, Casa da Música e até o Estádio Municipal de Coimbra, esgotado em 2022.

“Vaidade” é reinterpretada por IOLANDA. Uma canção onde a sua voz poderosa e emocional sublinha a modernidade da escrita de Florbela. IOLANDA é uma das artistas mais marcantes da nova música portuguesa. Venceu o Festival da Canção 2024 e levou Portugal ao 10.º lugar da Eurovisão, assinando uma das melhores classificações da década. Compositora requisitada por nomes como Bárbara Tinoco, Marisa Liz ou Karetus, distingue-se por uma escrita emocionalmente honesta e por uma estética pop ousada e contemporânea.

Florbela é um disco coletivo que recria 14 sonetos da autora, cruzando diferentes géneros musicais e revelando novas possibilidades interpretativas para uma obra que permanece atual. A poetisa, frequentemente associada à intensidade amorosa, à mitificação do eu e à exploração simbólica de temas como vida/morte e amor/dor, encontra aqui novas vozes que ampliam a sua presença no panorama cultural contemporâneo.

João Só diz sobre este projeto: “O convite nasceu do José Afonso Oom de Sousa, que nos desafiou a musicar os sonetos de Florbela. O mais bonito neste projeto é perceber que, a partir dos mesmos poemas, nasceram canções completamente diferentes, prova de que a sua obra admite múltiplas leituras e múltiplas vozes. Juntaram-se artistas de todos os géneros, da Cláudia Pascoal aos D.A.M.A., da Carolina de Deus à Mimi Froes, do Edmundo Inácio à Joana Espadinha, da IOLANDA aos NAPA, passando pelo Luís Trigacheiro e pel’Os Quatro e Meia, e cada um encontrou a sua própria Florbela. É uma honra fazer parte deste coro acolhido pela Universal Music Portugal, que dá novo fôlego a palavras que já eram imortais.”

Poetisa e contista, Florbela Espanca (1894–1930) é uma das vozes mais singulares da literatura portuguesa. Viveu uma vida breve e intensa, refletida numa obra que até hoje inspira leitores, investigadores e artistas. A escolha do dia 8 de dezembro para o anúncio de Florbela presta homenagem à poetisa na data do seu nascimento e do seu desaparecimento.

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Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/florbela-um-novo-disco-tributo-que-recria-14-sonetos-de-florbela-espanca-chega-a-20-de-marco/