“L mundo siempre fui l que ye, mas agora nós sabemos”, primeira ópera filarmónica cantada em mirandês, estreia em Julho

“L mundo siempre fui l que ye, mas agora nós sabemos” é a primeira ópera filarmónica cantada em mirandês, um marco na história da música e da língua mirandesa, que terá como espaço cénico os tradicionais coretos.

Esta opereta farsante, com conceito e música de Hugo Correia e libreto de Bruno dos Reis, aborda um sonho antigo, o de um Portugal menos dividido. A peça desenrola-se em torno da impotência de uma mãe face à loucura do filho. Este, encarnando um ressentimento coletivo, embarca na demanda de inundar o país em nome de um progresso ilusório – a ideia de que “a única coisa melhor que um litoral, são dois ou três”.

Através desta narrativa, revela-se o fantasma deste país, “a dificuldade de distinguir entre o que é realidade do que é encenação. A paródia parece nunca ter fim, nós rimos e aplaudimos, e o país, esse, continua a afundar.”

O elenco, composto por Sofia Marafona, Serena Alves, Paulo Lapa, Tiago Matos e João Fino, será acompanhado pela Banda Musical de Loivos, sob a direção do Maestro Luciano Pereira. 

Este projeto constitui um instrumento valioso para sensibilizar as comunidades para o valor artístico da ópera, mas também das bandas filarmónicas, verdadeiros esteios do desenvolvimento musical em Portugal e ainda, uma bela forma de promover a herança cultural e tradição transmontana, com especial destaque para a língua mirandesa. Essencial para manter a memória, as tradições e a herança cultural que têm um papel crucial na transmissão das mesmas às gerações futuras, fazendo assentar a criatividade num processo dinâmico entre passado, presente e futuro, rasgando novos horizontes de progresso. 

Datas de Estreia:

• 5 de julho, 18h: Coreto do Jardim Público de Chaves
• 6 de julho, 18h: Alcáçova do Castelo em Miranda do Douro