
Jo Maia, maestrina de Vila do Conde, criou a orquestra comunitária “Fuchstruppe” há um ano e meio, em Berlim, para unir músicos “independentemente do país de origem”.
“A ideia surgiu da minha vontade de me sentir parte de uma comunidade, queria um projeto que não fosse apenas sobre fazer música, mas que unisse pessoas independentemente do seu país de origem”, sublinhou, em declarações à Lusa.
“Como Berlim é uma cidade enorme, com quase 3,5 milhões de habitantes é muito fácil conhecer pessoas novas todos os dias, mas não tão fácil criar conexões verdadeiras e duradouras. E é isso mesmo que este projeto oferece. Porque além dos ensaios semanais, temos imensas atividades sociais como jogos de voleibol, piqueniques, jantares, passeios, ou às vezes só mesmo uma bebida depois de um ensaio”, acrescentou.
Jo Maia vive na capital alemã há cerca de quatro anos depois de ter estudado direção de orquestra e de coro em Portugal. Além da orquestra comunitária, fundou um coro latino-americano e um coro comunitário. A “Fuchstruppe” tem mais de 30 elementos, entre eles três portuguesas.
“Fiz imensos anúncios online, e como sou uma pessoa muito social, usei a minha rede de contactos para recrutar músicos (…) Temos uma mistura de músicos profissionais e amadores. Os amadores são pessoas que, mesmo tendo estudado os seus instrumentos 10, 15 anos, acabaram por decidir seguir outra carreira, mas querem continuar a tocar no seu tempo livre”, apontou a portuguesa.
Os vários músicos, da França à Turquia, passando pela Malásia, Japão ou Argentina, tocam diversos instrumentos como violino, viola, oboé, flauta, saxofone ou trompete, entre outros.
“Ensaiamos todas as semanas em horário pós-laboral. Fazemos cerca de três a quatro concertos por ano. Também colaboramos com os meus outros projetos de coro. Por exemplo, em janeiro atuámos em conjunto com o coro latino-americano. Fizemos versões para orquestra e coro de músicas como ‘La vida es un Carnaval’, de Celia Cruz, e ‘Tengo un cariñito’”, exemplificou.
O desejo da fundadora desta orquestra comunitária é continuar a trabalhar na qualidade, num ambiente “solidário e amável”.
“Todos os músicos se respeitam muito uns aos outros e são gentis. Temos também alguns convites para colaborações com compositores, festivais e instituições culturais. Queremos que o projeto continue a trazer a sensação de ‘casa’ aos que o integram”, complementou.
Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/maestrina-portuguesa-jo-maia-cria-orquestra-comunitaria-em-berlim-para-unir-musicos/