
A Câmara de Mafra vai iniciar a construção do Arquivo Nacional do Som, depois de hoje ter decidido adjudicar a empreitada por 6,4 milhões de euros.
Em reunião à porta fechada, o executivo municipal aprovou por unanimidade a proposta de entregar a obra à empresa RUCE – Construção e Engenharia S.A. por 6,4 milhões de euros, acrescidos de IVA, disse à agência Lusa fonte oficial.
Segundo o relatório do concurso, a que a Lusa teve acesso, seis empresas concorreram ao segundo concurso lançado em maio, mas três foram excluídas por não apresentarem proposta e documentação.
O concurso foi lançado no montante de 7,1 milhões de euros, acrescido de IVA, com um prazo de execução de 10 meses.
O primeiro concurso foi lançado em março com o preço de 4,5 milhões de euros, acrescido de IVA, e prazo de execução de um ano, mas o município do distrito de Lisboa decidiu não o adjudicar por “nenhum concorrente ter apresentado proposta”.
A empreitada é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 4,5 milhões de euros, enquanto a aquisição de equipamentos tem um financiamento de dois milhões de euros.
O projeto do Ateliê Carvalho Araújo Arquitetos prevê a construção de raiz de um edifício enquadrado na zona envolvente, tirando partido do declive do terreno, com jardim de uso público e espaço para ampliação futura do arquivo.
O edifício vai ter cinco pisos: um primeiro enterrado com a entrada com zonas de serviço, outro aberto para infraestruturas técnicas, o piso de entrada com gabinetes administrativos e as zonas de maior interação com visitantes, outro com laboratórios e o último para os depósitos.
O Arquivo Nacional do Som vai reunir todo o património em espaços de depósito adequados à sua conservação e proceder à sua digitalização.
A estrutura de missão criada em 2019 para o Arquivo Nacional do Som encontrou “documentos sonoros ameaçados” pela degradação física ou tecnológica dos suportes em que foram gravados, disse à agência Lusa o seu coordenador, Pedro Félix.
Foram identificados meio milhão de registos pertencentes a várias entidades, 90% das quais se situam na Área Metropolitana de Lisboa, daí o interesse da localização do arquivo em Mafra.
Do arquivo vão constar desde os primeiros cilindros de cera e discos de sulco largo da viragem do século XIX para o século XX, até aos recentes CD, sem esquecer os documentos “nado digitais”, que tanto podem ser gravações de paisagens sonoras e sons de pássaros, até música publicada em plataformas digitais e ‘podcasts’.
A equipa de instalação do Arquivo Nacional do Som, liderada pelo investigador Pedro Félix, foi criada em 2019 e viu o mandato renovado em 2021, “mantendo as condições de atividade até ser criado o Arquivo Nacional de Som”.
Desde então já realizou mais de 10 programas de digitalização, peritagem e intervernções urgentes, e assinou mais de 20 protocolos de cooperação, nacionais e internacionais, entre outras iniciativas.
Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/mafra-inicia-construcao-do-arquivo-nacional-do-som-por-64-milhoes-de-euros/