
O mercado português da música cresceu 7% para os 39,99 milhões de euros, no 1.º semestre deste ano, em termos homólogos, com o ‘streaming’ “como principal motor”, anunciou a Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos (Audiogest).
De acordo com um relatório da Audiogest hoje divulgado, nos primeiros seis meses deste ano, o segmento digital cresceu 9%, em relação a igual período de 2024, o que se traduz em perto de 44% das vendas totais, segundo os números anunciados.
“As receitas nacionais de vendas digitais, no 1.º semestre deste ano, registaram um crescimento de 9% em comparação com o 1.º semestre do ano passado”, lê-se no relatório. As vendas totalizaram 39,99 milhões de euros, dos quais 17,97 milhões de euros foram do digital.
O documento realça “um nicho relevante entre colecionadores”, na área dos discos, referindo que as receitas nacionais de vendas físicas, no 1.º semestre deste ano registaram uma diminuição de 6% em comparação ao período homólogo do ano passado, totalizando 4,83 milhões de euros.
A venda de CD desceu 20%, mas o vinil “lidera o mercado físico, com 74% das vendas”, no segmento.
Quanto aos valores dos Direitos Conexos, cobrados e distribuídos a produtores e artistas, totalizaram 16,88 milhões de euros, revelando um crescimento de 10% face ao mesmo período de 2024.
Os “novos dados confirmam a vitalidade da indústria musical portuguesa e a sua capacidade de adaptação aos hábitos de consumo em transformação”, salienta a Audiogest, que reconhece “flutuações setoriais”, mas atesta que “o mercado musical português continua em crescimento”.
“No primeiro semestre de 2025, foram registados mais de três mil lançamentos de músicas em língua portuguesa pelos associados da Audiogest sendo que 75% dessas obras são da autoria de artistas com nacionalidade portuguesa”, revela o relatório.
No mesmo comunicado, o diretor-geral da Audiogest, Miguel Carretas, realça o “reconhecimento e admiração” internacionais pela música portuguesa, mas “o seu valor enquanto indústria e o potencial da sua contribuição económica continuam a ser frequentemente subestimados”.
A música “é uma indústria que gera valor, capaz de criar riqueza e enriquecer a cultura”, declara Miguel Carretas.
“É urgente que os decisores políticos reconheçam o peso da indústria da música e preservem o seu futuro face aos crescentes desafios da Inteligência Artificial”, alerta o responsável.
Quanto às receitas provenientes de sincronizações, isto é, a autorização para juntar música com imagem, como por exemplo filmes, séries, publicidade, videojogos, os conteúdos digitais no 1.º semestre deste ano registaram uma diminuição de 27% em comparação com o 1.º semestre de 2024.
O relatório aferiu outros dados, nomeadamente, os mais escutados no ‘streaming’, em que se destacam Plutónio, Nilo, Napa e os Calema, enquanto o ‘airplay’ nas rádios evidência Plutónio, Mizzy Miles, Slow J, Lon3r Johny, ProfJam e Dillaz.
Quanto aos álbuns portugueses, “os mais ouvidos” foram os Calema, Mizzy Miles, Slow J, Lon3r Johny & ProfJam e Dillaz.
A Audiogest esclarece: “Este relatório segue a metodologia e as melhores práticas de mercado, em conformidade com as diretrizes da Federação Internacional da Indústria Fonográfica. Os valores apresentados correspondem às receitas, antes do IVA, provenientes das vendas realizadas em Portugal, declaradas pelos associados, e a uma taxa de cobertura de mercado que visa estimar o volume de vendas efetuadas por produtores que não reportaram dados à Audiogest”.
Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/mercado-portugues-da-musica-cresceu-para-quase-40-milhoes-de-euros-no-1-o-semestre-deste-ano/