A Milha – Festa da Música e dos Músicos de Ílhavo decorreu nos dois fins-de-semana que passaram, de 24 a 26 de outubro e de 31 de outubro a 2 de novembro, em Ílhavo, na Gafanha da Nazaré e na Costa Nova. Nesse período, apresentaram-se um ciclo de cinema, dez espetáculos, quatro dos quais em estreia absoluta, inauguraram-se três exposições e promoveu-se ainda uma formação.
Mais de duas mil pessoas aderiram a uma programação que juntou mais de 20 artistas da PRAIA, plataforma de registo de artistas ilhavenses, e cerca de duas centenas de pessoas da comunidade e das escolas de dança do Município que responderam às chamadas do Coro da Madrugada, da Orquestra do Mar e da Companhia Jovem de Dança de Ílhavo.
No primeiro fim-de-semana, a Sala Estúdio Cinema acolheu um ciclo de cinema com a curadoria de Henrique Vilão em que se apresentou a longa-metragem «Revolução (sem) sangue», de Rui Pedro Sousa e as curtas «Em vez de palavras, o vento», de Tiago Damas, e «Visões Insulares», de João Garcia Neto. No dia 26 de outubro, inaugurou-se ainda a exposição «Velox Pondera», do arquiteto Óscar Graça, que apresenta as obras que criou a partir do álbum com o mesmo nome do seu filho, Óscar Marcelino da Graça, apresentado nesse contexto, num concerto intimista, na Sala de Ensaios da Casa da Cultura de Ílhavo. A exposição fica patente até 29 de dezembro. No mesmo fim-de-semana, o Museu Marítimo de Ílhavo acolheu uma oficina esgotada de técnicas de bandas sonoras, orientada pelo músico e técnico de som André Martins Neto.

No fim-de-semana de 31 de outubro a 2 de novembro, inaugurou-se a exposição «Um traço e outras linhas. O desenho é sempre outra coisa.», inserida no ciclo O Desenho Como Pensamento, com a curadoria de Alexandre Baptista e Ricardo Escarduça, na galeria da Casa da Cultura de Ílhavo até ao dia 17 de janeiro de 2026.
O Coro da Madrugada apresentou a sua terceira edição, «Viagem à terra dos sonhos», em que mais de oito dezenas de pessoas da comunidade interpretaram canções de Jorge Palma, em ano de dupla efeméride para o artista (75 anos de vida e 50 anos do seu primeiro disco). O coro tem a direção musical e arranjos do pianista Pedro Almeida, direção coral da maestrina Aoife Hiney e a preparação vocal de Luís António Freitas.
A Companhia Jovem de Dança de Ílhavo apresentou a sua sexta criação, «15 a 20 vezes por minuto», da coreógrafa Tânia Carvalho, que contou com 22 bailarinos participantes e quatro músicos em ao vivo, num ano em que celebra cinco anos de existência e que lançou uma publicação que conta e arquiva essa história e serve de pontapé de saída para o futuro da Companhia. A Companhia tem a direção artística e pedagógica do coreógrafo Luiz Antunes e é uma parceria com as escolas de dança do município (Fulldance Studio, IP Arabesque e Casa do Povo da Gafanha da Nazaré).
A terceira edição da Orquestra do Mar desafiou a artista Filipe Sambado para interpretar canções dos dois discos editados de António Variações, mas também para celebrar a sua identidade, num ano em que o 23 Milhas tem o tema da identidade como fio condutor. A Orquestra do Mar teve a sua edição mais participada, com 57 pessoas de diferentes idades e experiências musicais que responderam a essa chamada e apresentaram um espetáculo de festa e comoção no encerramento da Milha.
A Quinto Palco apresentou o espetáculo “Por Água Abaixo”, no Cais Criativo da Costa Nova, em que a partir da dramaturgia de David Calão e da encenação de Daniela Amaral Cardoso, reflete sobre as alterações climáticas e a responsabilidade imputada aos jovens na salvação do planeta que herdaram.

A Milha promove o trabalho de músicos e artistas ilhavenses em diversas áreas e ativa o programa de apoio à produção local que decorre todo o ano atrás da PRAIA, plataforma de registo de artistas ilhavenses. Foram apresentados três Encontros PRAIA, que juntaram este ano, no seguimento do que já tinha acontecido no Festival Rádio Faneca, o Trio da Praia, que se formou do encontro entre Isabel Savitri, Larissa Goretkin e Renata Silva, as Soul ID, e os Variável Oculta, banda formada do encontro proposto a Gabriel Teixeira, Paulo Santos e Pedro Carlos. Dos encontros inusitados deste ano surgiram, assim, duas novas bandas. O artista Emanuel R. Marques acompanhou o processo de criação destes encontros, desde ensaios às suas apresentações no Festival Rádio Faneca e apresentou, na Milha, uma instalação que incluía um documentário sonoro, um folheto com fotografias e recortes de letras dos artistas participantes e ainda uma exposição de 18 quadros a partir das técnicas de pintura, fotografia e colagem.
Também no contexto da PRAIA, apresentaram-se a banda Parte Fraca e Joe Can’t Dance. Todos os artistas, associações, escolas, prestadores de serviços ou trabalhadores da cultura naturais ou a residir e ou a trabalhar em Ílhavo podem inscrever-se na PRAIA, a partir do site do 23 Milhas.
Os projetos do Coro da Madrugada, da Orquestra do Mar e da Companhia Jovem de Dança de Ílhavo garantem a sua continuidade. A Milha – Festa da Música e dos Músicos de Ílhavo regressa em 2026.
Conteúdo patrocinado por 23 Milhas.
Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/milha-filipe-sambado-e-60-pessoas-da-comunidade-cantaram-variacoes-em-ilhavo/
