13 de setembro de 2025
Museu londrino abre espaço para visitantes verem e estudarem coleção
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por Lusa,    12 Setembro, 2025


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De peças de vestuário a fotografias ou papéis com letras das canções, o acervo de David Bowie vai ficar exposto e disponível para consulta a partir de sábado no museu V&A East Storehouse, em Londres. 

O “Centro David Bowie” vai acolher mais de 90 mil peças da coleção privada do artista, incluindo 414 trajes e acessórios, cerca de 150 instrumentos musicais, amplificadores e outros equipamentos de som, 187 prémios, ‘merchandising’ como ‘t-shirts’ e adereços e cenários para concertos, filmes e teatro. 

Como exemplo, fazem parte do acervo fatos desenhados por Freddie Burretti e Kansai Yamamoto para as digressões “Ziggy Stardust” e “Aladdin Sane”, o casaco com a bandeira britânica desenhado pelo próprio Bowie para a capa do álbum “Earthling” (1997), uma chave do apartamento onde viveu em Berlim nos anos 1970 e um chapéu e cachecol que usou no filme “Feliz Natal, Sr. Lawrence” (1983).

Alguns dos objetos vão ser expostos de forma rotativa e temporária em vitrinas, mas os visitantes podem reservar com antecedência a maioria das peças para consulta pessoal mais próxima.

“Sentimos que isto é exatamente o que Bowie teria desejado: que as pessoas pudessem explorar o arquivo e usá-lo para explorarem a sua própria criatividade”, afirmou a curadora, Madeleine Haddon. 

Segundo esta responsável, o espaço “não é apenas para académicos” mas para pessoas “com diferentes relações com Bowie”. 

O Centro David Bowie é, acima de tudo, um repositório e arquivo para a obra de Bowie, que oferece salas de leitura e estudo.

O material em papel inclui milhares de fotografias e negativos, diários, guiões, capas de álbuns, desenhos, partituras, cartas de admiradores  e documentação de projetos, alguns nunca realizados, como a ideia para um espetáculo musical elaborado pouco antes da morte, em 2016, aos 69 anos. 

O Centro David Bowie está integrado no V&A East Storehouse, um novo espaço do Museu Victoria & Albert no antigo parque olímpico da capital britânica que armazena a enorme coleção, mas desenhado para permitir o acesso a visitantes.   

A arquivista Sabrina Offord disse à agência Lusa que uma das preocupações na concepção deste projeto foi trabalhar com gerações mais jovens que não conheciam o artista. 

“Quando começaram a discutir o assunto, descobriram que estavam bastante interessados na ideia da sua vontade de experimentar coisas novas e na sua criatividade ilimitada, bem como nas suas diferentes personalidades e nas suas ideias sobre identidade de género”, afirmou. 

Isto levou a equipa responsável a idealizar as exposições e arquivo como “uma espécie de livro de referência para futuros profissionais e criativos”. 

David Bowie é considerado um dos músicos mais influentes da história, reconhecido pela capacidade de se reinventar de forma inovadora e provocadora.

O primeiro sucesso foi em 1969, com “Space Oddity”, uma música sobre a história de Major Tom, um astronauta que se perde no espaço, seguido por uma série de álbuns durante a década de 1970, como “The Man Who Sold the World” (1970), “Hunky Dory” (1971), “Young Americans” (1975) ou “Heroes” (1977). 

Porém, foi com “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spider From Mars” (1972) que se tornou num ídolo mundial, ao assumir a personagem de um extraterrestre bissexual e andrógino transformado em estrela de rock. 

A personagem excêntrica foi apenas uma das muitas personalidades que adotou ao longo da carreira, como os outros ‘alter egos’ da sua produção criativa: Aladdin Sane ou Duque Branco.

Os seus discos venderam milhões de cópias e ganhou vários prémios Brit, mas recusou por duas vezes condecorações da Rainha Isabel II.

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Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/museu-londrino-abre-espaco-para-visitantes-verem-e-estudarem-colecao-de-david-bowie/