20 de setembro de 2024
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Mural “O Observatório” de Bicicleta Sem Freio (BR)

Em menos de um mês — entre 6 e 16 de Junho — a arte volta a invadir a cidade neve e a Covilhã e a Arte Urbana voltam a ser uma só. A 11.ª edição do mais antigo festival de arte urbana em Portugal, conta com uma programação multidisciplinar, de intensa criação e ocupação do espaço público, ambicionando continuar a assumir-se como exemplo de transformação do território e da comunidade através da Arte

O aumento da escala desta edição, que apresenta mais de 40 actividades, começa a sentir-se, desde logo, no maior investimento na intervenção artística em espaço público. Ao invés dos habituais 4 artistas, o WOOL 2024 traz até às ruas da Covilhã 6 artistas, que reforçarão em número e qualidade o Roteiro de Arte WOOL. Millo (Itália) e SpY (Espanha), apresentam-se como os “cabeças de cartaz” de um grupo que incluirá outros artistas de grande relevo, como Isaac Cordal (Espanha), Mura (Brasil), MOTS (Polónia/Portugal) e Daniela Guerreiro (Portugal).

Mural “Subimos Junt_s?” resultado da residência artística comunitária WOOL + | Arte Urbana mais acessível

A edição 2024 do WOOL, aumenta e inova a sua aposta na música, promovendo duas residências artísticas, três mini-concertos e um DJ set. Ana Lua Caiano & Adufeiras da Casa do Povo do PaulSilly & Fred são as duplas desafiadas a trabalhar neste e sobre este território (também sonoro) durante os dez dias de festival, ambicionando reforçar a sua identidade sonora e imaterial. Para além deste destaque, terão ainda lugar três mini-concertos junto dos murais em execução e o reconhecido DJ X-Acto, estará ao leme das sonoridades ‘WOOLianas’ num momento singular desta edição. 

As artes performativas são também reforçadas pelo circo contemporâneo. A Companhia ‘Coração nas Mãos’ irá precisamente abrir o WOOL, apresentando a sua criação Chá das Cinco: Peça para quatro amigas e mais uma que nunca chega. Uma proposta que ambiciona estabelecer uma ponte com a tradição secular local do chá, introduzido pelos ingleses (empresários dos lanifícios) durante os séculos XVIII e XIX, o que resultaria na alcunha de ‘chazeiros’ atribuída às gentes da Covilhã. 

Como já referido no lançamento, o pensamento ganha papel de destaque no WOOL 2024. As WOOL Talks, que decorrerão no dia 14 de junho (sexta-feira), apresentam-se como uma conferência internacional que pretende ser um espaço de debate, reflexão e partilha sobre este sector e área artística, em específico a relação entre “Arte Urbana e territórios de baixa densidade”, tema que nos conduzirá ao longo desse dia. Em breve, revelaremos todo o programa, que incluirá respeitados investigadores, festivais e agentes deste sector e encerrará com um singular relato da poeta Alice Neto de Sousa.  

Às WOOL Talks junta-se a habitual Conversa com Artistas, momento em que os talentos convidados partilham os seus percursos e histórias particulares e peculiares, e que nesta edição se estende a uma conversa com Martha Cooper, a icónica fotojornalista norte-americana, que continua a registar uma cultura que expandiu e mudou drasticamente. Contaremos com o seu olhar para registar esta edição 2024 do WOOL. 

Mural “Fio Condutor” de Regg Salgado (PT) (concerto)

A formação e capacitação é outro dos sectores que se fortalece em 2024. O artista Samina(Portugal) regressa à Covilhã para dar um workshop de stencil, a sua técnica de eleição. Também as visitas guiadas — a pé e em tuk tuk eléctrico — estão de regresso, em número reforçado e com a presença de um intérprete de Língua Gestual Portuguesa (na visita de dia 16 de junho). Outra das novidades para este ano é uma acção de capacitação para agentes de turismo e funcionários de instituições públicas, desenhada para a transmissão de informação especializada sobre o Roteiro WOOL e sobre o sector da Arte Urbana. 

Regressando ainda ao tema da acessibilidade, nomeadamente através do ‘WOOL + | Arte urbana mais acessível’, projecto apoiado pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes. Tendo-se iniciado em Novembro de 2023, transbordou para este ano com o objectivo claro de tornar o Roteiro WOOL mais acessível a pessoas com deficiência (intelectual e/ou física), Surdas ou outras necessidades específicas. Em junho, o WOOL + e os seus resultados, apresentam-se pelo ‘projecto-mãe’, assumindo um formato de exposição (pelo fotógrafo Miguel Oliveira) e de filme documental (pelo realizador Vasco Mendes), celebrando (de novo) um espaço público e comunidade mais inclusiva e coesa. 

E se é de cidades e comunidades mais coesas que falamos e ambicionamos, a encerrar esta 11.ª edição, no dia 15 de junho (sábado), o WOOL fecha o centro (!) do centro histórico da cidade da Covilhã! Ocupa-o com um sem fim de actividades, dos mais variados formatos e disciplinas artísticas — instalações artísticas, workshops, concertos, mural comunitário, jogos tradicionais ou rádio — oferecendo este espaço ao convívio, à experimentação, à (re)descoberta e à partilha. A Rua WOOL será a casa de muitos (parceiros locais e convidados), pronta para acolher outros tantos: novos, velhos, residentes, visitantes, com e sem deficiência, de todas as cores e estaturas, nacionais ou internacionais!

De 6 a 16 de Junho, o WOOL regressa à Covilhã. 

Gostas do trabalho da Comunidade Cultura e Arte?

Podes apoiar a partir de 1€ por mês.

Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/wool-covilha-arte-urbana-anuncia-a-programacao-completa-na-sua-maior-edicao-de-sempre/