
Publicado por Adriana Nogueira
| Data da Publicação 11/07/2025 16:10
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A escritora Ana Maria Gonçalves foi eleita nesta quinta-feira (10) para ocupar a Cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL), tornando-se a primeira mulher negra a integrar a instituição em seus 128 anos de história. Autora do aclamado romance Um Defeito de Cor, Gonçalves, de 55 anos, também é atualmente a mais jovem integrante do quadro de imortais.
Ana Maria Gonçalves recebeu 30 dos 31 votos válidos. O outro voto foi dado à escritora indígena Eliane Potiguara, que também concorreu à vaga.
Reconhecido como um dos grandes romances contemporâneos da literatura brasileira, Um Defeito de Cor narra a trajetória de Kehinde, uma mulher africana que enfrenta as marcas da escravidão e do racismo em sua busca pelo filho no Brasil do século 19. A obra ganhou destaque não apenas no meio literário, mas também cultural, inspirando o samba-enredo da escola de samba Portela no Carnaval de 2024.
Além da atuação como romancista, Ana Maria Gonçalves se destaca no cenário intelectual e acadêmico dentro e fora do Brasil. Foi escritora residente em universidades norte-americanas como Tulane, Stanford e Middlebury, e é reconhecida por sua contribuição aos debates sobre literatura, raça, ancestralidade e identidade. Também atua como professora de escrita criativa e curadora de projetos culturais.
A cadeira nº 33 da ABL estava vaga desde a morte do filólogo e gramático Evanildo Bechara, em 22 de maio deste ano, aos 97 anos. Ao todo, 13 nomes estavam inscritos para a disputa, entre eles Ruy da Penha Lobo, José Antônio Spencer Hartmann Júnior, Célia Prado, João Calazans Filho e Denilson Marques da Silva.
Com sua eleição, Ana Maria Gonçalves rompe uma barreira histórica e reforça a importância da diversidade e da representatividade no mais tradicional círculo literário do país.
Fonte: https://centraldenoticiasbrasil.com/2025/07/11/abl-tem-sua-primeira-mulher-negra-imortal/