Pelo sexto dia consecutivo a Grande São Paulo amanheceu com cerca de 54 mil imóveis sem energia elétrica nesta segunda-feira (15). Moradores sofrem com a falta de luz desde terça-feira (9), quando um ciclone extratropical atingiu o estado.
A própria Enel informou que o fornecimento de energia normalizou na Grande São Paulo. No entanto, são mais de 54 mil imóveis ainda sem energia elétrica, segundo boletim da concessionária das 14 horas. Na capital, são cerca de 37 mil clientes sem luz.
O vendaval provocou quedas de árvores, cancelamentos de voos e desligamento de semáforos por toda São Paulo. No auge, na quarta-feira (10), mais de 2,2 milhões de clientes foram obrigados a ficar à luz de velas.
Em razão da falta de energia elétrica, foram registrados prejuízos milionários ao comércio e danos incontáveis aos consumidores.
Remédios e alimentos estragados tiveram que ser jogados fora ao longo dos últimos dias.
Na noite de domingo (14), a Enel informou que o fornecimento de energia estava “voltando ao padrão de normalidade na área de concessão, com o restabelecimento do serviço para os clientes afetados nos dias 10 e 11 de dezembro pelo ciclone extratropical”.
Afirmou ainda que técnicos seguiam “atuando em alguns casos mais complexos de reconstrução de rede, que envolvem troca de cabos, postes e outros equipamentos”.
Na noite da sexta-feira (12), a Justiça tinha ordenado que a concessionária Enel restabelecesse imediatamente os serviços para os consumidores afetados pelo apagão. A decisão também previa multa de R$ 200 mil por hora em caso de descumprimento.
A Justiça tomou a medida em uma ação proposta pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Defensoria Pública.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia determinaram que equipes de outras distribuidoras de energia fossem emprestadas à Enel de São Paulo para ajudar nos trabalhos.
A situação se assemelha quando São Paulo viveu um apagão entre os dias 3 e 9 de novembro de 2023. O problema foi totalmente resolvido somente 6 dias após as chuvas que abateram o estado.
Em 2023, de acordo com um balanço da Aneel, o pico da situação teve 3,7 milhões de pessoas atingidas. Depois de 24 horas, cerca de 2 milhões de pessoas ainda estavam sem energia em todo estado de São Paulo. Três dias depois, cerca de 500 mil clientes continuavam sem luz.

PREJUÍZO
O prejuízo para o setor de bares, restaurantes e hotéis, por conta do apagão em São Paulo, pode chegar a R$ 100 milhões, segundo estimativa da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). As informações são do portal Agência Brasil.
A entidade calcula que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pela falta de energia na capital, municípios da região metropolitana e parte do interior devido às chuvas e fortes ventos. Os danos incluem perda de equipamentos, de alimentos e de clientes. A Fhoresp representa cerca de 500 mil estabelecimentos no estado e mais de 20 sindicatos patronais.
“Não [é] de hoje, a Enel apresenta problemas recorrentes em relação ao fornecimento de energia elétrica. Este já é o sétimo apagão em menos de dois anos. Os setores de Alimentação Fora do Lar e de Hospedagem ficam reféns”, lamentou o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto.
O diretor ressaltou que são poucos os empresários que conseguem recorrer a geradores ou realocar os produtos em tempo de não perder os alimentos. Edson lembra que dezembro é um dos meses de maior movimento para restaurantes, bares e hotéis, e que as empresas se preparam para atender a alta demanda. No entanto, para milhares de estabelecimentos, durante o apagão, foram dias de portas fechadas.
Para as empresas afetadas pelo apagão, a orientação da Fhoresp é que reúnam o maior número de provas dos prejuízos para ajuizar ações de ressarcimento pelos dias de não funcionamento e, consequentemente, de não faturamento; pela perda de mercadorias; e por equipamentos queimados devido à oscilação de energia.
No domingo, o Ministério de Minas e Energia divulgou nota dizendo que a Enel poderá perder a concessão para operar no estado de São Paulo se não cumprir integralmente os índices de qualidade e as obrigações contratuais previstas.
Fonte: https://horadopovo.com.br/apagao-enel-diz-que-situacao-esta-normalizada-mesmo-com-54-mil-imoveis-sem-luz-em-sp/
