
Estudantes, professores e parlamentares se reuniram na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, nesta quinta-feira (2), em ato de repúdio frente aos sucessivos ataques promovidos por grupos de extrema-direita, que vêm ocorrendo desde maio nas dependências da instituição, incluindo agressões físicas contra alunos e professores.
Apenas este ano foram 8 invasões por membros do grupo “União Conservadora”. Nas ações, os integrantes arrancaram cartazes fixados no local e ofenderam estudantes. Um dos episódios envolveu o vereador Lucas Pavanato (PL), que, em maio, causou tumulto no estacionamento da faculdade. Em outro episódio, em junho, Pavanato fez provocações durante um evento do Centro de Estudos Palestinos, portando bandeiras de Israel. Após a sequência de ações, o grupo foi denunciado à Justiça pelo diretor da Faculdade, Adrián Fanjul.
O ato de quinta-feira, realizado no vão do prédio de Geografia e História, reuniu centenas de pessoas, entre elas, a professora emérita Marilena Chauí, que denunciou os atos como covardes. “Nos atacam porque têm medo, porque são fracos. Temem o pensamento produzido aqui”, afirmou.
“Esses atos precisam ser responsabilizados, civil e criminalmente”, disse a deputada federal Sâmia Bonfim (Psol-SP). “Por isso estivemos no Ministério Público apresentando todos os crimes que foram cometidos e esperamos a apuração de todos eles”.
A vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, também discursou, expressando preocupação com os ataques. Para o filósofo e escritor Vladimir Safatle, “não é simplesmente uma luta contra os agitadores, contra baderneiros ou vândalos. É uma luta contra o fascismo, no sentido mais forte do termo”, ressaltou.
O ato contou ainda com as presenças do deputado estadual Guilherme Cortez (Psol), da deputada estadual Mônica Seixas (Psol), e dos vereadores Eliseu Gabriel (PSB), Luna Zarattini (PT) e Amanda Paschoal (Psol), além do professor Paulo Sérgio Pinheiro, e do diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, Ronaldo de Almeida.
O protesto também condenou a detenção de ativistas em missão humanitária a Gaza. Entre os detidos está Bruno Sperb Rocha, funcionário da FFLCH, além de um funcionário aposentado da USP, Magno de Carvalho.
A diretoria da faculdade publicou nota de repúdio à prisão dos envolvidos na Flotilha Global Sumud, exigindo sua “imediata libertação e devolução em segurança”.
Fonte: https://horadopovo.com.br/ato-reune-estudantes-professores-e-parlamentares-contra-ataques-de-extrema-direita-na-usp/