1 de agosto de 2025
conluio de Trump e bolsonaristas contra o Brasil
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Pessoa com fantasia de Jair Bolsonaro e Donald Trump participam de ato pela Soberania do Brasil, na Faculdade de Direito da USP – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Em nota conjunta, divulgada na terça-feira (30), as seis centrais sindicais do Brasil repudiaram a imposição de tarifas e sanções por parte do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil. O texto classifica a medida como “manobra imperialista” e acusa Trump de atuar em conluio com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem chamam de “golpistas inconformados com a derrota na eleição presidencial de 2022”.

“Em mais uma manobra imperialista contra as instituições brasileiras, o governo de Donald Trump impôs sanções arbitrárias ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A medida, divulgada em 30 de julho de 2025 pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), acusa o ministro de supostas ações contra cidadãos brasileiros e norte-americanos e anuncia uma série de restrições dirigidas a ele”, diz a nota.

O documento foi assinado pelas lideranças da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), que representam milhões de trabalhadores em todo o país.

A grande questão para a nota das centrais trata da reação mais recente, investida do governo dos EUA, que incluiu o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, na lista de sanções unilaterais sob a chamada Lei Magnitsky. As centrais denunciam a medida como uma grave violação da soberania brasileira.

“As acusações, no entanto, são falsas. A ideia de que existem ações contra a população dos EUA esconde o incômodo de Trump com a regulação das gigantes da tecnologia no Brasil. O STF tem atuado com firmeza e de acordo com a Constituição para proteger a população de crimes digitais e do uso abusivo das redes sociais, medidas que se restringem ao território nacional”, afirmam os sindicatos no texto.

Os sindicalistas rechaçam a justificativa do governo norte-americano, que alega perseguição política contra bolsonaristas no Brasil. Segundo o manifesto, trata-se de uma tentativa dos EUA de interferir diretamente nos rumos internos do país, utilizando as chamadas Big Techs como instrumentos de pressão. 

“O que está em curso é uma tentativa de impor uma dominação cultural por meio das Big Techs. Ao contrário do que diz a nota [dos EUA], é o governo americano que quer interferir na nossa política, na nossa sociedade e na nossa economia”, advertem.

A nota sobe o tom ao afirmar que há um conluio em andamento entre Trump e setores derrotados nas eleições brasileiras. “Mais grave ainda é o conluio entre Trump e golpistas, na tentativa de livrar da Justiça aqueles que atentaram contra a nossa democracia e que, de forma chocante, planejaram os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e também do ministro Alexandre de Moraes”, afirmou.

Veja a nota na íntegra: 

Sanções dos EUA a Alexandre de Moraes são ataques unilaterais ao Brasil

Em mais uma manobra imperialista contra as instituições brasileiras, o governo de Donald Trump impôs sanções arbitrárias ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A medida, divulgada em 30 de julho de 2025 pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), acusa o ministro de supostas ações contra cidadãos brasileiros e norte-americanos e anuncia uma série de restrições dirigidas a ele.

As acusações, no entanto, são falsas. A ideia de que existem ações contra a população dos EUA esconde o incômodo de Trump com a regulação das gigantes da tecnologia no Brasil. O STF tem atuado com firmeza e de acordo com a Constituição para proteger a população de crimes digitais e do uso abusivo das redes sociais – medidas que se restringem ao território nacional.

O que está em curso é uma tentativa de impor uma dominação cultural por meio das Big Techs. Ao contrário do que diz a nota, é o governo americano que quer interferir na nossa política, na nossa sociedade e na nossa economia.

Mais grave ainda é o conluio entre Trump e golpistas, na tentativa de livrar da Justiça aqueles que atentaram contra a nossa democracia e que, de forma chocante, planejaram os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e também do ministro Alexandre de Moraes. Traidores da pátria, Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, inconformados com a derrota na eleição presidencial, seguem tramando contra os interesses do povo brasileiro e articulando uma agenda autoritária que visa apenas à autopreservação e ao alinhamento submisso aos EUA.

A ofensiva do governo dos EUA representa uma escalada de ataques unilaterais contra a soberania brasileira. São atitudes que revelam um perfil nitidamente imperialista. Mas Trump se engana ao imaginar que o Brasil se curvará diante de suas ameaças.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Supremo Tribunal Federal têm reagido com firmeza e dignidade, fazendo valer a Constituição e defendendo os interesses do povo brasileiro. Diante dessa ameaça, é urgente que o Congresso Nacional e a sociedade civil organizada se unam em uma ampla concertação nacional em defesa da democracia, da soberania e do Estado de Direito.

São Paulo, 30 de julho de 2025

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Fonte: https://horadopovo.com.br/centrais-repudiam-sancoes-dos-eua-a-moraes-conluio-de-trump-e-bolsonaristas-contra-o-brasil/