Ex-jogadora de vôlei é condenada por racismo

A ex-jogadora de vôlei de praia Sandra Mathias Correia de Sá foi condenada a 4 anos, 4 meses e 20 dias de prisão, além de 30 dias-multa, por racismo, injúria racial e lesão corporal, em sentença proferida nesta quarta-feira (2), pela 40ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

A pena deverá ser cumprida em regime aberto, mas a Justiça negou a substituição por penas alternativas, como prestação de serviços comunitários, em razão da violência empregada no crime.

O caso ocorreu em abril de 2023, no bairro de São Conrado, na Zona Sul do Rio. Sandra agrediu dois entregadores — Max Ângelo Alves dos Santos e Viviane Maria de Souza — com insultos racistas, além de ataques físicos. A ex-atleta usou a guia do cachorro que conduzia para golpear Max e chegou a morder a perna de Viviane durante a discussão.

Imagens registradas por testemunhas e amplamente divulgadas nas redes sociais mostram Sandra chamando as vítimas de “preto de favela”, “favelado” e “lixo da favela”. O episódio aconteceu em pleno domingo de Páscoa, quando a ex-jogadora se irritou com a presença dos entregadores em uma calçada da Estrada da Gávea.

Após a repercussão dos vídeos, a Prefeitura do Rio suspendeu a licença da escolinha de vôlei que Sandra mantinha na Praia do Leblon. O condomínio onde ela residia também entrou com pedido formal de expulsão.

Além disso, a Comissão de Ética do Conselho Regional de Nutrição instaurou um processo administrativo contra Sandra, que se apresentava publicamente como nutricionista, sem comprovação de vínculo ativo.

Sandra iniciou sua trajetória no vôlei indoor pelo Clube de Regatas do Flamengo, em 1982, e migrou para o vôlei de praia em 1993. Formou dupla com Elaine Bezerra, com quem alcançou a 200ª vitória em 2007. Também atuou como professora de vôlei e futevôlei no Leblon a partir de 2013.

No entanto, a ex-jogadora já acumulava passagens pela polícia. Entre os registros, constam:

Lesão corporal contra o pai (2007);

Injúria e ameaça (2012);

Furto de energia (2021);

Maus-tratos à mãe, com tentativa de internação forçada e uso indevido de cartões bancários (2022).

Em 2022, foi acusada de mentir sobre suposta atuação no Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que negou qualquer vínculo com a ex-atleta.