“Indústria naval do RJ precisa voltar ao centro da agenda pública”, defende Confederação

Em reunião do Fórum pela Retomada da Indústria Naval e Offshore, realizada na quarta-feira (26), no Rio de Janeiro, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (Conttmaf) e do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), que também é secretário de Relações Internacionais da CTB, Carlos Augusto Müller, defendeu um plano estratégico para impulsionar o desenvolvimento e recuperar a relevância do Rio de Janeiro na indústria naval, e criticou a falta de interesse do governo estadual no tema.

Para Müller, a indústria naval do RJ “precisa voltar ao centro da agenda pública”. Segundo ele, apesar de “historicamente estratégico para a economia fluminense”, o setor tem sido negligenciado por sucessivos governos estaduais.

O líder sindical enfatizou que a falta de interesse político local no desenvolvimento do setor tem feito com que o Rio, que já dispõe de infraestrutura instalada e de mão de obra especializada, fique atrás de estados como Pernambuco, Bahia e estados do Sul do Brasil, que já apresentam sinais concretos de retomada da construção de navios, resultado de investimentos, planejamento e articulação institucional.

“Muitos se beneficiam da economia naval, mas poucos assumem a responsabilidade de pensar e construir caminhos reais para a retomada. O fórum deve identificar metas e propor um plano que coloque novamente o Rio na rota da construção de navios”, defendeu Müller.

Carlos Augusto Müller destacou a importância de a Marinha Mercante e a Construção Naval fazerem parte das políticas públicas de forma articulada – nas esferas federal, estadual e municipal –, e ressaltou que “o país só conseguirá alavancar sua economia de forma sustentável se investir em setores estratégicos capazes de gerar empregos qualificados, renda e inovação”.

O encontro contou com a participação de importantes representantes da categoria e de instituições que atuam diretamente na cadeia produtiva naval, como o diretor do Conselho Regional dos Técnicos Industriais (CRT-RJ), Luiz Sérgio de Oliveira, o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Joacir Pedro, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, Weliton Terra, e o CEO do Estaleiro Mauá, Miro Arantes, além de dirigentes de sindicatos de trabalhadores do setor naval e offshore.