28 de agosto de 2025
Juro elevado afeta geração de emprego no país, alerta ministro
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Ministro Luiz Marinho. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

“Eu acho que esse é o nosso principal problema, é maior que o tarifaço”, afirmou Luiz Marinho. “Precisamos da redução de juros urgentemente”

O Brasil criou 129.775 postos de trabalho com carteira assinada em julho de 2025, um saldo de 2,25 milhões de contratações contra 2,12 milhões de demissões, uma queda de 32% ante aos 191,4 mil empregos com carteira assinada gerados em julho do ano passado. O saldo de julho deste ano é o pior resultado para o mês desde 2020 (+108.476 postos).

Segundo o ministro Luiz Marinho, a redução das atividades das empresas com a elevada taxa de juros, tem afetado a geração de vagas formais no país. “O tarifaço é um problema, mas a política de juros também é um problema. Precisamos da redução de juros urgentemente, para atividade econômica se manter. O tarifaço é uma questão a ser enfrentada, e está sendo enfrentada, mas o problema dos juros também precisa ser enfrentado”, afirmou ao divulgar os dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) na quarta-feira (27).

“Eu acho que esse é o nosso principal problema, é maior que o tarifaço”, disse o ministro. “O tarifaço é um problema, claro. Mas é evidente que nós estamos trabalhando com toda determinação e implementação do presidente Lula em abrir alguns caminhos [para as exportações]”. 

“Um caminho é abrir novos mercados… Há dois anos e meio, abrimos mais de 400 novos mercados, 409 mercados fechados, contabilizados no dia de ontem, em quase 200 países”, comentou Marinho, ao mencionar a viagem oficial do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), ao México, visando ampliar as relações comerciais entre os dois países.

O ministro também ressaltou as medidas anunciadas pelo governo para atenuar os efeitos negativos do tarifaço de Donald Trump aos exportadores brasileiros, como os financiamentos às empresas, que estão condicionados à manutenção dos empregos. “Creio que passaremos por isso, e tenho certeza que o comércio exterior brasileiro sairá mais forte”, afirmou Marinho.

De janeiro a julho deste ano foram gerados 1.347.807 novos vínculos formais, o que representa uma queda de 10,3% na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram abertas 1.503.467 vagas com carteira assinada.  Esse também é o menor saldo de geração de empregos desde 2023, quando foram abertas 1,17 milhão de vagas formais.

Em julho de 2025, o Novo Caged aponta que foram criados empregos formais nos cinco setores da economia, com Serviços (50.159 postos) mais uma vez liderando na ponta. Em seguida vem o Comércio (27.325 postos); Indústria (24.426 postos – destes 22.834 vieram das Indústrias de transformação); Construção (19.066 postos) e a Agropecuária (8.795 postos).

Em junho de 2025, o Brasil totalizou 48.544.646 vínculos com carteira assinada, o que representa uma variação de +0,27% em relação ao estoque do mês anterior. Deste total, 5.245.233 podem ser considerados não típicos – aprendizes, intermitentes, temporários, contratados por CAEPF e com carga horária até 30 horas.

SALÁRIO

Conforme o Ministério do Trabalho e do Emprego, ainda, o salário médio de admissão foi de R$ 2.277,51 em julho deste ano, sendo uma queda real (descontada a inflação) de R$ -5,64 no salário médio de admissão em relação a junho de 2025 (R$ 2.283,15). Frente a julho do ano 2024 (R$ 2.278,58), o salário médio de admissão deste ano também é menor.

Fonte: https://horadopovo.com.br/juro-elevado-afeta-geracao-de-emprego-no-pais-alerta-ministro-do-trabalho/