8 de dezembro de 2025
Maioria dos mineiros rejeita privatizações da Copasa e Cemig
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A maioria dos mineiros rejeita a privatização da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), conforme aponta uma pesquisa encomendada pela Associação Mineira de Municípios.

De acordo com a pesquisa, 57% da população do estado é contra a privatização da Copasa, e 60% rejeita à venda da Cemig.

Os dados do levantamento foram divulgados à imprensa na sexta-feira (5) pelo presidente da AMM, Luís Eduardo Falcão. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Opus entre 31 de outubro e 6 de novembro.  

O projeto de privatização da Copasa está em discussão na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e, segundo Eduardo Falcão, o debate sobre a venda da estatal tem sido “raso” junto aos municípios, e as medidas tomadas pela associação ocorrem para que as prerrogativas dos prefeitos sejam “representadas”. O projeto, de autoria do governador Romeu Zema (Novo), já foi aprovado em primeiro turno e agora está sendo analisado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da casa.

“O marco regulatório do saneamento dá ao município o poder de decisão. Se a empresa vai ser privatizada, o município tem o direito de falar ‘quero ou não quero’, de rediscutir as bases do contrato, de fazer uma licitação para contratar outra empresa, ou ainda de assumir o serviço, fazendo um serviço autônomo. Então, cada município vai ter que ser ouvido, e é para isso que a gente está atuando”, diz o presidente da AMM.

Falcão explica que a Copasa atende mais 600 municípios de Minas e que, desses, mais de 90% são deficitários, “dão prejuízo para Copasa ou para qualquer outra empresa que vá assumir o serviço”. Ele defende que dentro do processo de privatização, seria necessário, por exemplo, garantir o subsídio cruzado, que garante o saneamento a cidades menores e que não dão lucro para a empresa. “E como é que você garante a correção dessas distorções? Com subsídio cruzado, com mecanismos de equilíbrio, de freios, contrapesos, com unidades regionais”, observa.

Já em relação à Cemig a intenção é transformá-la em corporation para garantir a transferência de ações da participação do Estado para a União, como forma de abatimento da dívida de Minas, atualmente em cerca de R$ 180 bilhões.

Fonte: https://horadopovo.com.br/maioria-dos-mineiros-rejeita-privatizacoes-da-copasa-e-cemig/