17 de setembro de 2025
Metalúrgicos da Embraer entram em greve por aumento real e
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Foto: Roosevelt Cássio

Os metalúrgicos da Embraer iniciaram uma greve por tempo indeterminado na manhã desta quarta-feira (17). A paralisação foi aprovada em assembleia ocorrida na entrada do primeiro turno na fábrica de São José dos Campos (SP). Os trabalhadores reivindicam aumento real e manutenção de direitos na convenção coletiva.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a empresa se negou a atender o pleito dos metalúrgicos, de 11% de aumento, na última rodada de negociações da Campanha Salarial, realizada entre o sindicato e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que representa a Embraer e o setor aeronáutico. Na reunião, o setor patronal propôs reajuste salarial somente pela inflação (INPC), de 5,05%.

Segundo o sindicato, a Embraer quer ainda reduzir a estabilidade no emprego para vítimas de doenças e acidentes resultantes do trabalho na fábrica. A última convenção coletiva, assinada em 2017, previa estabilidade até a aposentadoria. Para voltar a assinar, a empresa impõe como condição a redução da estabilidade para 21 meses (doença) e 60 meses (acidentes).

Outro embate entre os trabalhadores e a direção da empresa é sobre o vale-alimentação, que atualmente está em R$ 400. Os metalúrgicos querem vale de R$ 1 mil, mas a empresa propõe apenas R$ 420.

“A proposta foi apenas a reposição da inflação, aumento de apenas R$ 20 no vale alimentação. Mas eles propõem retirar um direito histórico dos metalúrgicos, que é garantia de estabilidade do emprego para o trabalhador que sofre acidente de trabalho ou é portador de doença ocupacional”, afirma o presidente do sindicato, Weller Gonçalves.

Ressaltando que a Embraer teve lucro de R$ 657 milhões somente no primeiro trimestre deste ano, o que representa 58% a mais do que o obtido no mesmo período de 2024, e que as ações da empresa tiveram valorização de 350% nos últimos seis anos, o sindicato afirma que “não há motivos para a Embraer se recusar a atender as reivindicações dos trabalhadores”.

“É importante dizer que a Embraer está em um bom momento, e aí o trabalhador, que fabrica as aeronaves, precisa ser valorizado, mas a proposta é muito ruim”, afirma Weller Gonçalves.

Para o diretor da entidade, Herbert Claros, “esta greve mostra o quanto os trabalhadores estão insatisfeitos com a política da Embraer”. “A fábrica está batendo recordes em lucratividade, receita e carteira de pedidos. Agora é hora de dividir esses resultados com quem está na produção”, afirma Herbert.

Fonte: https://horadopovo.com.br/metalurgicos-da-embraer-entram-em-greve-por-aumento-real-e-manutencao-de-direitos/