31 de agosto de 2025
Operação contra PCC investiga compra de terminal portuário privatizado por
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Terminal privatizado por Ratinho Jr. seria utilizado para importação de metanol pelo PCC – Foto: Reprodução/Governo Paraná

A operação Carbono Oculto, da Receita Federal e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), criada para combater fraudes no setor de combustíveis com possível envolvimento da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), investiga os fundos de investimentos envolvidos na aquisição do terminal PAR 50  do Porto de Paranaguá, privatizado em 2023 pelo governador Ratinho Júnior (PSD). 

O terminal PAR 50 foi privatizado em fevereiro de 2023, sendo entregue ao FTS Group por R$1 milhão. Em novembro do mesmo ano, a Liquipar Operações Portuárias S.A., empresa que pertencia ao FTS Group, foi comprada pela Stronghold Infra Investiments, que atualmente controla o terminal.

De acordo com informações da CNN Brasil, as investigações apontam que integrantes do PCC atuavam na importação irregular de metanol pelo terminal. Foram cumpridos 350 mandados de busca e apreensão, envolvendo pessoas físicas e jurídicas, em oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) pediu o bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens.

Auditores da Receita Federal identificaram irregularidades em mais de mil postos de combustíveis em dez estados, com a maioria desses postos recebendo e lavando dinheiro. Entre 2020 e 2024, a movimentação financeira desses estabelecimentos foi de R$52 bilhões, com recolhimento de tributos incompatível com suas atividades.

Em Curitiba, a operação Tank, da Polícia Federal, também deflagrada na quinta-feira (28), indicou que 46 postos de combustíveis que vendiam gasolina adulterada ou adotavam a prática conhecida como bomba baixa, em que o volume abastecido é inferior ao indicado. A adulteração envolveria o etanol importado ilegalmente, que entrava pelo Porto de Paranaguá.

Segundo a PF, o grupo atuava desde 2019 e movimentou mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede composta por postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento. A operação identificou depósitos fracionados em espécie, uso de laranjas, transações cruzadas, repasses sem lastro fiscal, fraudes contábeis e simulação de aquisição de bens e serviços.

Desde 2019, início do primeiro governo de Ratinho Júnior, cinco áreas do Porto de Paranaguá foram concedidas à iniciativa privada sob o argumento de que “a concessão dá maior segurança jurídica e operacional ao porto, pois permite investimentos nessas áreas feitos pelas empresas vencedoras, a exemplo do previsto pela Liquipar. O governo ainda previa a concessão dos terminais PAR 14, PAR 15 e PAR 25.

Fonte: https://horadopovo.com.br/operacao-que-investiga-pcc-apura-compra-de-terminal-portuario-privatizado-por-ratinho-jr-no-parana/