
Ex-delegado foi assassinado na Praia Grande – Foto: Reprodução
Em nota divulgada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), nesta segunda-feira (15), a categoria destaca que o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, escancara o abandono e a desvalorização do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para com os agentes de segurança pública.
Aos 63 anos, aposentado da Polícia Civil, Fontes atuava como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande.
“A ação que resultou na morte de Ruy Ferraz Fontes, o qual, há poucos anos, ocupou o cargo de comando máximo da Polícia Civil bandeirante, escancara a forma como o Governo do Estado de São Paulo cuida de seus policiais mais dedicados, ao mesmo tempo em que torna gritante a necessidade de que a Polícia Civil seja melhor tratada, com efetiva valorização de seus profissionais, mais contratações e aumento nos investimentos em estrutura física e de materiais”, diz o Sindpesp.
Ruy Ferraz Fontes foi vítima de uma emboscada, em que pelo menos três homens abriram fogo contra seu carro quando ele saía do prédio da prefeitura, na Baixada Santista. Imagens de câmeras de segurança mostraram seu carro em fuga, com o ex-delegado — provavelmente ferido — em alta velocidade, até capotar entre dois ônibus ao tentar entrar em uma avenida.
O carro que o perseguia chega pouco depois, e dele saem três homens com fuzis; dois deles vão até o carro de Fontes e disparam vários tiros. Em seguida, eles entram no carro e fogem pela mesma avenida.
O Sindpesp afirma que Fontes “destacou-se na carreira de delegado de polícia como um dos principais expoentes no combate ao crime organizado, com reconhecida atuação contra a facção Primeiro Comando da Capital (PCC), o que, de outro lado, rendeu-lhe histórico de ameaças de morte por parte da organização criminosa”.
“É a Polícia Civil a responsável pela investigação das organizações criminosas e, por consequência, se o Governo estadual permite que ela se enfraqueça, como São Paulo tem feito nas últimas décadas, o crime organizado inevitavelmente ganhará espaço”, destaca a entidade.
Para o Sindpesp, o homicídio do ex-delegado-geral, da forma como ocorreu, revela-se como uma grande afronta às instituições públicas e ao Estado de São Paulo e não pode ficar impune, sob pena de que todo o Sistema de Segurança Pública caia em descrédito.
Tendo iniciado a carreira na Polícia Civil em 1988, Fontes atuou em diversos setores da instituição até ser alçado a delegado-geral, cargo que exerceu de 2019 a 2022. Foi também, durante 11 anos, docente de Investigação Policial na Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Fonte: https://horadopovo.com.br/policiais-denunciam-falha-do-governo-tarcisio-apos-morte-de-ex-delegado-que-investigou-o-pcc/