Somente nas tarifas administradas pelo governo Tarcísio, alta nos últimos anos é de 22,7%
A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) autorizou um novo aumento na tarifa de metrô e trens em São Paulo, que passará de R$ 5,20 para R$ 5,40 a partir de 6 de janeiro. O reajuste de 3,8% é o terceiro aplicado no transporte sobre trilhos desde o início do atual governo e eleva para 22,7% a alta acumulada das passagens desde o fim de 2023.
Este é o terceiro aumento autorizado na atual gestão. Em dezembro de 2023, a tarifa passou de R$ 4,40 para R$ 5, e, no fim de 2024, foi reajustada novamente para R$ 5,20. Agora, o acréscimo de 3,8% ocorre pouco mais de um ano após o último ajuste no sistema de transporte sobre trilhos paulista.
Segundo o governo estadual, o percentual está abaixo da inflação acumulada no período. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta inflação de 3,9% no mesmo intervalo. Já outras medições indicam índices superiores: o IPC-Fipe estima inflação de 4,46%, enquanto o IPCA acumulado em 12 meses até novembro chegou a 4,5%.
O novo valor da tarifa básica vale para o sistema metroferroviário da Região Metropolitana de São Paulo, que inclui metrô, trens da CPTM e linhas da ViaMobilidade. O reajuste passa a ser cobrado apenas em recargas feitas após 6 de janeiro na categoria Comum. Até o esgotamento do saldo adquirido anteriormente — válido por 180 dias — os usuários seguirão pagando R$ 5,20 por viagem. A população pode recarregar o Bilhete Único com o valor antigo até 5 de janeiro.
Em nota, o governo paulista afirma que todas as gratuidades atualmente vigentes serão mantidas em 2026. De acordo com a gestão estadual, a atualização tarifária “foi definida após análise das despesas operacionais do sistema, que registram crescimento contínuo”. Entre os custos citados estão energia, manutenção da frota, infraestrutura e folha de pagamento. O Executivo afirma ainda que o objetivo do reajuste é “garantir a eficiência, a segurança e a qualidade do serviço prestado à população” e que os recursos extras serão integralmente reinvestidos em projetos de modernização e expansão da mobilidade urbana.
“Para manter a mamata do setor privado, governador Tarcísio prejudica a população com aumento da tarifa”, afirmou o Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
PREFEITURA TAMBÉM REAJUSTA TARIFA
No mesmo dia, a Prefeitura de São Paulo também confirmou reajuste no transporte municipal. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) elevou a tarifa de ônibus de R$ 5,00 para R$ 5,30, aumento de 6%, acima da inflação acumulada dos últimos 12 meses, que chegou a 4,5% segundo o IPCA. O novo valor entra em vigor igualmente em 6 de janeiro de 2026.
Em comunicado, a administração municipal afirmou que o índice aplicado está “abaixo do IPC-Fipe Transporte, dos últimos 12 meses (6,5%)”. A Prefeitura destacou ainda que “Na gestão do prefeito Ricardo Nunes, o valor da passagem foi mantido em R$ 4,40 por cinco anos. De 2020 a 2025 houve uma única atualização na tarifa de ônibus, de 13,6%, para R$ 5. Já a inflação neste período foi de 40,31%, de acordo com o IPCA. A correção atual fica menos da metade do valor inflacionário desses 5 anos”.
A gestão municipal também afirmou que “Atualmente, a capital tem uma das menores tarifas da Região Metropolitana de São Paulo e uma das mais baratas do país, considerando também que o valor dá a possibilidade de o passageiro utilizar até quatro ônibus no período de três horas com o Bilhete Único. O novo valor da tarifa de ônibus será encaminhado à Câmara Municipal, seguindo o trâmite legal”.
O prefeito já havia sinalizado o aumento ao falar sobre a necessidade de “manter o equilíbrio” das contas do sistema. Em 2025, o subsídio municipal às empresas de ônibus ultrapassou R$ 6 bilhões, o maior valor da história da cidade. O custo total do sistema chegou a R$ 10,34 bilhões, enquanto a arrecadação tarifária somou R$ 4,3 bilhões.
O movimento de reajustes também alcança municípios da Região Metropolitana. Cinco cidades que integram o Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (CIOESTE) — Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira e Itapevi — anunciaram aumento da tarifa de ônibus de R$ 5,80 para R$ 6,10, a partir de 5 de janeiro. O reajuste de 5,2% supera a inflação medida pelo IPCA nos últimos 12 meses.
Em nota conjunta, os prefeitos afirmaram que “o reajuste foi definido com base em critérios técnicos e legais, considerando a recomposição dos custos operacionais do sistema, com o objetivo de manter a qualidade, a segurança e a regularidade dos serviços prestados à população”. Participaram da decisão os prefeitos Gerson Pessoa (Osasco), Beto Piteri (Barueri), José Roberto (Carapicuíba), Doutor Sato (Jandira) e Marcos Godoy, o Teco (Itapevi).
No cenário inflacionário nacional, o IPCA registrou alta de 0,18% em novembro, acumulando 3,92% no ano e 4,46% em 12 meses, resultado que manteve a inflação dentro do intervalo de tolerância do Banco Central. O índice marcou ainda a menor variação para um mês de novembro desde 2018.
Fonte: https://horadopovo.com.br/sao-paulo-tera-novo-aumento-nas-passagens-de-metro-trem-e-onibus-a-partir-de-janeiro/
