
Foto: Sgt. Batista/Agência FAB
A Justiça Federal negou pedido de associações do setor aeronáutico para que haja um limite para a contratação em massa de engenheiros brasileiros pela Boeing, fabricante de aviões dos Estados Unidos que, em 2023, inaugurou o 1º centro de engenharia e tecnologia na América Latina, em São José dos Campos (SP), mesma cidade na qual a Embraer tem sede.
A decisão, em resposta a uma ação civil pública movida pela Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB) e pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Defesa (Abimde), foi chancelada pela 3ª Vara Federal de São José dos Campos (SP), do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), e publicada no final de julho.
Na ação, as associações alegam que a política agressiva de contratações da empresa americana, especialmente de profissionais dos mais qualificados e experientes de empresas como a Embraer, é prejudicial ao país e compromete a nossa soberania.
De acordo com as associações, a política da Boeing representa perigo de vazamento de segredos industriais que podem comprometer a defesa da soberania nacional, uma vez que estes funcionários, que atuam na Embraer e em empresas que desenvolvem projetos do Ministério da Defesa, têm informações e conhecimentos específicos no cenário da aviação nacional.
No pedido, as entidades citam como exemplo que a Embraer – principal fabricante de aviões no Brasil – teria perdido 65 profissionais altamente especializados e em posições de liderança para a Boeing.
Ao negar o pedido, a Justiça concordou “ser frustrante a perda de engenheiros especializados e formados com apoio do Estado” – como por exemplo no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) –, mas considerou que a política da Boeing não é ilegal.
Fonte: https://horadopovo.com.br/setor-aeronautico-denuncia-risco-a-soberania-com-contratacao-de-engenheiros-brasileiros-pela-boeing/