
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – Foto: Agência Brasil
Governador paulista promete liberar aliado preso por tentativa de golpe como primeiro ato de um eventual governo
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reafirmou seu compromisso com o bolsonarismo e a agenda golpista ao declarar que, se chegasse à Presidência da República, a primeira medida de seu governo seria conceder indulto a Jair Bolsonaro (PL).
Em entrevista publicada nesta sexta-feira (29) pelo Diário do Grande ABC, Tarcísio foi taxativo: “Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado”.
O governador também voltou a defender a anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos e ressaltou a importância do Congresso Nacional na construção de uma saída política. Tarcísio ainda cobrou que a Câmara dos Deputados avance no debate sobre a anistia, embora sem citar diretamente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Além disso, o governador voltou a defender a anistia dos envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, reforçando sua sintonia com a ala mais radical da extrema direita. Ele destacou que cabe ao Congresso Nacional “construir uma saída política” e cobrou que a Câmara dos Deputados avance nesse debate — embora tenha evitado citar diretamente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A declaração ocorre em meio às investigações e processos que atingem Bolsonaro, e confirma a disposição de Tarcísio em proteger seu padrinho político, mesmo diante de uma condenação por tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro enfrenta processos e medidas cautelares. Ele está réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático, dano qualificado e deterioração de patrimônio público, incluindo sua suposta participação em trama apelidada de “Punhal Verde e Amarelo” — que envolveria assassinatos de autoridades como Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes — e elaboração de um decreto golpista para envolver os militares.
Bolsonaro sob prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprir medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento noturno, a proibição de postagens nas redes sociais (inclusive via terceiros), e a retenção de seus celulares. Paralelamente, corre risco de mais de 30 anos de pena — até 43 anos dependendo do painel do STF — por cinco acusações relacionadas ao golpe, ao crime organizado e à tentativa de subversão da ordem democrática.
Recentemente, houve ainda reforço da vigilância policial 24 horas em sua residência, diante de indícios de tentativa de fuga, como um rascunho de pedido de asilo político na Argentina encontrado em seu celular.
Somam-se a isso acusações de corrupção e peculato no caso das joias sauditas — ele foi indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro após a Polícia Federal apurar a entrega e venda irregular de joias avaliadas em milhões de reais e o repasse de valores a ele.
Fonte: https://horadopovo.com.br/tarcisio-reforca-elo-com-golpistas-e-diz-que-seu-primeiro-ato-seria-indulto-a-bolsonaro/