No último sábado (15), o tenente da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Jonathan Francisco da Silva, de 34 anos, morreu durante uma operação da PM na comunidade Beira Rio no Recreio dos Bandeirantes, na zona Oeste do Rio. A região é dominada pela milícia do Rio.
Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro, os policiais do 31° BPM faziam uma tentativa de abordagem quando foram atacados na área da milícia por um grupo de criminosos armados com fuzis. O policial foi socorrido e levado com vida ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos.
O corpo do tenente da PM Jonathan Francisco da Silva, de 34 anos, foi sepultado neste domingo (16) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio.
Com mais de cem parentes e amigos presentes, incluindo diversos colegas de farda, a cerimônia foi marcada por um clima de tristeza e indignação. Honras militares, com três salvas de tiros ao chão, e uma orquestra fúnebre composta por membros da corporação também deram o tom da despedida.
“Jonathan era amigo de todo mundo e orgulho de toda a família por ser um garoto estudioso e exemplar. Ele cumpriu sua missão. Conseguiu o que queria, que era passar para a PM e chegar a oficial, mas nunca parou de estudar”, contou Marcos Silva, amigo e padrinho de casamento da vítima. “Quando soube da notícia, foi como se abrisse um buraco no chão. O coração acelerou, senti um calafrio e comecei a chorar”, disse.
No cemitério, colegas de farda foram unânimes em definir o policial como alguém humilde e apaixonado pela profissão.
“Jonathan era muito humano no trato com seus subordinados. Era uma pessoa excepcional. É difícil acreditar que isso tenha acontecido com uma pessoa tão boa quanto ele”, disse um agente que trabalhou com o tenente durante dois anos no 40º BPM (Campo Grande), antes de o oficial migrar para o 31° BPM, há cerca de dois meses.
O PM, que era lotado no 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) ingressou na PM em maio de 2019. Antes, havia sido cabo do Exército. Ele deixa a esposa e uma filha de 3 anos. Formado em Direito, o militar cresceu na Pavuna e, há cerca de três anos, morava no Recreio.
Segundo a PM, somado ao caso do tenente, 51 policiais militares morreram em situação de violência este ano.
“ O PM era um jovem negro, de periferia, pai de família, que escolheu o lado do bem e buscou oportunidade. Um homem religioso, que foi brutalmente assassinado, por narcoterroristas que deram um tiro no pescoço dele. A morte dele não vai ser em vão. Nós já estamos trabalhando com inteligência, e um dos autores desse homicídio já foi morto. Seremos duros e a resposta vira à altura”, declarou coronel Marcelo de Menezes Nogueira, secretário de Polícia Militar, que compareceu ao enterro.
Fonte: https://horadopovo.com.br/tenente-da-pm-morto-em-area-dominada-pela-milicia-no-rio-de-janeiro-e-sepultado/
