
Em audiência pública da Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados para discutir a Reforma Administrativa, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e do Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical), Rudinei Marques, alertou para os riscos de retrocessos no serviço público, e afirmou que o texto que tramita na Casa, “é inconstitucional e ignora os verdadeiros privilégios do Estado Brasileiro”.
Na audiência requerida e coordenada pela deputada Erika Kokay (PT-DF), na terça-feira (21), Rudinei Marques acusou a PEC, relatada pelo deputado Pedro Paulo (PSD/RJ) de “proselitista e eleitoreira”, quando, ao repetir discurso moralista de “extinção de privilégios” no setor público, ignora os verdadeiros beneficiados do Estado brasileiro, que são os “rentistas, instituições financeiras e grandes grupos econômicos”.
“Será que algum dos grandes privilegiados do Estado brasileiro são atacados nessa PEC? Qual é o maior privilégio do Estado brasileiro”?, questiona Rudinei, e ele mesmo responde: “É o privilégio de rentistas e de instituições financeiras que levam mais de um trilhão do orçamento público todos os anos. Tem alguma linha sobre isso? Nada, zero, zero, zero”.
O líder sindical cita também as renúncias e benefícios tributários a empresas e grandes grupos econômicos. “Sabe quanto eles levam por ano? Meio trilhão, meio trilhão. Tem alguma linha na PEC sobre isso? Zero, nada”, denunciou.
“Toda vez que esse parlamento se mobiliza para taxar lucros de dividendos tem uma mobilização contra, fortíssima, violenta, agressiva, para manter os privilégios do andar de cima. A ausência de impostos sobre grandes fortunas leva quase 100 bilhões por ano”, acusou Rudinei.
Comparando a PEC sob relatoria do deputado – supostamente para combater os super salários no funcionalismo público – e a taxação as grandes fortunas, Rudinei Marques afirma: “Pessoal, aqui nós estamos falando em dois trilhões que são esquecidos na PEC e a PEC fala ali de 10 bilhões que precisam ser corrigidos, mas pegar essa fração para justificar esse esquecimento de dois trilhões que são os verdadeiros privilegiados do Brasil, é um absurdo”, destacou.
Fonte: https://horadopovo.com.br/verdadeiro-privilegio-esta-nos-trilhoes-destinados-aos-bancos-e-nao-no-servico-publico-afirma-rudinei/