2 de abril de 2025
1º de abril: O que há por trás da mentira
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Ainda se brinca de mentirinha no dia 1º de abril? Em décadas passadas esse dia era mais “falado”, com brincadeiras e mentiras inofensivas mais comuns. Isso ainda acontece hoje em dia? As crianças de hoje sabem que existe o dia da mentira? “Na minha época a gente fazia coisas bobas, tipo: ‘tua mãe tá te chamando’, ou ‘hoje não vai ter aula’… Coisinhas bobas que não prejudicava, ninguém e era divertido. Hoje nem sei mais se tem esse tipo de brincadeira”, disse a aposentada Célia Regina Dutra, 65 anos.

Ainda que em menor grau, ainda se brinca de mentirinha, agora potencializada pelo alcance das redes sociais, que são tomadas por brincadeiras e histórias falsas. Porém, com um diferencial, muitas mentiras não são tão inofensivas assim e podem esconder algo mais perigoso no comportamento do mentiroso.

Mentir faz parte da natureza humana

De acordo com o Pós PhD em neurociências e membro da Royal Society For Neuroscience, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, mentir faz parte da natureza humana, mas seu uso excessivo pode estar ligado a transtornos psicológicos.

“A mentira é um comportamento mental normal do ser humano, ela envolve vários processos cerebrais, como o controle da linguagem e a tomada de decisão, mas o seu uso excessivo ou patológico pode indicar problemas, como transtornos de personalidade ou psicológicos”, explica o especialista, autor do estudo “Mitomaníaco: Como lidar com crianças que mentem o tempo todo?”, publicado pela revista científica Brazilian Journal of Development.

Parta ele, mentir ocasionalmente faz parte do comportamento humano, mas quando se torna um hábito compulsivo, pode indicar transtornos psicológicos. “Transtornos de personalidade, como o narcisista, borderline ou antissocial, podem ter a mentira constante como um sintoma, em muitos casos, a mentira é usada como estratégia de manipulação ou para encobrir sentimentos de inadequação”, explica o Dr. Fabiano.

Como identificar uma mentira?

Detectar uma mentira pode ser desafiador, mas alguns sinais ajudam a perceber quando alguém não está sendo verdadeiro. “Observar a linguagem e o comportamento é essencial para identificar se alguém está falando a verdade, pequenos sinais como mudanças na voz, inconsistências na narrativa, microexpressões que contradizem o discurso e relatos muito dramáticos ou improváveis podem indicar que a pessoa está mentindo”, afirma o Dr. Fabiano.

Origem do Dia da Mentira

As origens do Dia da Mentira não são plenamente exatas. Mas é certo que remontam à França da segunda metade do século XVI. Em 1564, o rei francês Carlos IX tornou oficial nos domínios de seu reinado o novo calendário, definido durante o Concílio de Trento (1545 a 1563). Assim, parte da população se recusou a aceitar que o Ano Novo não começaria mais na Páscoa, mas sim em 1º de janeiro. Os que seguiram apegados aos antigos costumes foram chamados de “tolos de abril”, já que este é o mês onde a celebração católica acaba ocorrendo, afirma a Britannica.

No Brasil, tradição de pregar peças por conta do Dia da Mentira foi introduzida em 1828. A ideia de fazer uma brincadeira “mentirosa” foi do jornal impresso mineiro “A Mentira” que, segundo se conta, trouxe em sua primeira edição a morte de Dom Pedro 1º na capa, sendo publicado justamente em 1º de abril. A verdade é que Dom Pedro 1ºfaleceu muitos anos depois, em 24 de setembro de 1834, em Portugal.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/04/1o-de-abril-o-que-ha-por-tras-da-mentira-inofensiva/