
O 7 de setembro de 1822 ficou marcado como a data em que Dom Pedro proclamou a Independência do Brasil. O episódio histórico inspirou uma das pinturas mais famosas do país, a tela “Independência ou Morte”, também conhecido como “O Grito do Ipiranga”, de Pedro Américo, concluída em 1888.
Apesar do tom heroico e grandioso da obra, muitos detalhes sobre a cena real se transformaram em mitos ou foram adaptados pela arte. Pensando nisso, a Britannica Education, reuniu 6 curiosidades sobre o momento histórico e sobre o quadro que o eternizou:
O grito de independência foi simbólico
O famoso brado de Dom Pedro às margens do Ipiranga não representou, de fato, o momento da decisão. Dias antes, em 2 de setembro de 1822, a princesa regente Maria Leopoldina, apoiada por José Bonifácio, já havia assinado a resolução que tornava o Brasil independente de Portugal. Assim, o grito funcionou como a cena simbólica que consolidou publicamente uma decisão política previamente tomada.
Um grito marcado por desconforto
Relatos históricos indicam que Dom Pedro I enfrentava um forte mal-estar intestinal no dia 7 de setembro de 1822. O coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo, que fazia parte de sua comitiva, registrou que o príncipe precisou parar diversas vezes ao longo da viagem para se aliviar no mato. Pesquisadores como Laurentino Gomes também mencionam que o regente tomou chá de folha de goiabeira em Cubatão para conter o mal estar, mas seguiu viagem ainda debilitado.
A troca de cavalo
Na obra de Pedro Américo, Dom Pedro é retratado com trajes de gala, montado em um cavalo altivo, em uma cena de grande imponência. Contudo, registros históricos apontam que, no dia, o príncipe encontrava-se exausto da viagem e vestia roupas simples. Pesquisadores acrescentam que, em vez de um cavalo, o mais provável é que estivesse montado em uma mula — ou até mesmo em um jumento —, animais mais adequados e resistentes para enfrentar percursos longos e acidentados.
Testemunhas limitadas
Embora o quadro de Pedro Américo mostre um cenário repleto de soldados e expectadores, documentos indicam que apenas cerca de 14 pessoas presenciaram o ato. A cena grandiosa, portanto, foi resultado de uma construção artística posterior.
A “Casa do Grito” só foi construída posteriormente.
Apesar de figurar ao fundo da tela Independência ou Morte, de Pedro Américo (1888), a chamada “Casa do Grito” não existia em 1822. Registros indicam que a edificação data de meados do século XIX, sendo o documento mais antigo de 1844, portanto posterior ao episódio da Proclamação da Independência. O nome “Casa do Grito” foi atribuído apenas posteriormente e, em 1955, o imóvel passou por uma restauração que buscou aproximá-lo da representação artística, incluindo até a inserção de uma janela falsa para reproduzir o que aparece na pintura. Assim, a construção tornou-se um símbolo ligado ao imaginário da Independência, mas não integrou o cenário original do acontecimento histórico.
A polêmica do plágio
A composição de Pedro Américo foi alvo de críticas na época. Isso porque guardava forte semelhança com a obra 1807, Friedland, de Ernest Meissonier, que de acordo com Britannica School, foi um pintor e ilustrador francês de temas militares e históricos, especialmente de batalhas napoleônicas. Para alguns, tratava-se de plágio; para outros, apenas de uma inspiração acadêmica, já que Américo seguiu a tradição de basear-se em pinturas militares europeias.
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*Fonte: Britannica Education
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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/09/6-curiosidades-que-revelam-os-bastidores-do-grito-da-independencia-e-da-obra-de-pedro-americo/