Aplicativos de apostas já estão disponíveis na Play Store do Google

No cenário digital brasileiro de 2025, uma mudança estratégica e impactante aconteceu na Google Play Store: o Google passou a permitir o download de aplicativos de apostas esportivas, cassinos e fantasy games, desde que sejam operados por empresas devidamente licenciadas pelo governo federal. A reformulação da política da loja oficial de apps para Android veio como resposta a uma nova regulamentação nacional e foi implementada em meados de junho.

Até então, os únicos aplicativos relacionados a jogos de azar disponíveis eram aqueles vinculados a loterias ou corridas de cavalos, principalmente por meio da Caixa Econômica. Usuários interessados em apostar em outras modalidades precisavam recorrer a downloads por sites externos, o que implicava riscos como o uso de versões desatualizadas, vulnerabilidades de segurança e dificuldades com configurações de instalação.

Com a mudança, esse cenário se transformou. Agora, quem deseja apostar em esportes por meio de “bets”, apostas de cota fixa com probabilidades definidas em tempo real, pode fazer o download diretamente pela Play Store, com todas as garantias de segurança, atualização automática e autenticação da loja.

A decisão do Google foi tomada após uma intensa articulação envolvendo o governo federal e as próprias empresas do setor. O Ministério da Fazenda e a Secretaria de Prêmios e Apostas passaram a defender que a inclusão dos apps de operadores autorizados reforçaria o combate às plataformas clandestinas, que ainda representam mais da metade do mercado brasileiro de apostas online. Além disso, a medida traz benefícios tanto para os operadores quanto para o país: os apostadores têm acesso a interfaces mais seguras e confiáveis, enquanto o Estado amplia sua capacidade de fiscalização e arrecadação tributária.

Em portais especializados, já é possível encontrar listas com os melhores aplicativos de apostas esportivas disponíveis para brasileiros. Com isso, fica mais fácil fazer comparações e entender as características de cada um dos aplicativos. Além disso, é importante destacar que o apostador deve estar atento à legalidade de um site de apostas.

Para que o Google libere um app de apostas na loja, a empresa responsável deve comprovar que possui licença válida da Secretaria de Prêmios e Apostas, vinculada ao Ministério da Fazenda. É necessário também que o desenvolvedor mantenha um link visível em seu site oficial direcionando os usuários à página do aplicativo na Play Store. Os apps precisam ser gratuitos para download, classificados como “adult only” e oferecer informações claras sobre prevenção de vício e jogo responsável. Outro requisito é abrir mão do uso do sistema de pagamento da Google, o que impede cobranças diretas no app ou a retenção da taxa padrão da loja.

No processo de liberação, cada app passa por uma avaliação individual, e o Google mantém controle rigoroso sobre a conformidade e a validade das licenças. Caso haja qualquer alteração no status da empresa, suspensão, expiração ou cancelamento do licenciamento, a plataforma se reserva o direito de remover o app imediatamente. Além disso, o Google entrou também na seara da publicidade: sistemas de anúncios da plataforma, como o Google Ads, começam a aceitar campanhas das casas de apostas licenciadas, desde que comprovem certificado oficial e cumpram os mesmos critérios de segurança.

Para os usuários, essa mudança representa um avanço. A facilidade de instalar e atualizar aplicativos diretamente pela loja oficial fortalece a percepção de legitimidade e facilita o acesso a recursos avançados, como aplicativos nativos que oferecem funcionalidades como notificações em tempo real, login por biometria, streaming de eventos e diversos métodos de pagamento, incluindo o Pix. Isso também incentiva a adoção de medidas de jogo responsável com ferramentas como limites de apostas ou autoexclusão, integradas diretamente aos apps.

Sob o ponto de vista do setor regulado, o novo cenário abre uma fase de reforço no mercado de apostas online. Operadoras consolidadas e legalizadas começam a fortalecer sua presença no ambiente mobile, competindo com o mercado paralelo que há tempos domina o segmento. Ao migrar para uma plataforma completamente auditada, essas empresas ganham credibilidade diante dos consumidores e podem atrair apostadores que antes estavam receosos quanto à segurança dos serviços.

No entanto, existem desafios a serem superados. A Apple, por ora, não fez alteração similar em sua App Store, mantendo restrições rígidas às apostas no iOS, o que pode criar uma desigualdade entre usuários de diferentes plataformas. Outro ponto relevante é a tributação: desde junho foi instituída uma alíquota mais alta sobre o lucro bruto das operadoras, prevê-se um aumento significativo na carga tributária que poderá impactar as margens comerciais do setor. O equilíbrio entre ganhos de receita e sustentabilidade econômica ainda está em processo de ajuste.

Além disso, o verdadeiro resultado da iniciativa do Google dependerá da qualidade da fiscalização e da efetividade das entidades reguladoras. A presença oficial dos apps facilita o acesso a dados de uso e volume de apostas, o que pode ser utilizado pelo governo para aprimorar políticas de prevenção ao vício e fiscalizar eventual lavagem de dinheiro pelas plataformas. Já são esperadas auditorias periódicas e cruzamentos de informações com bancos de dados oficiais.

O lançamento dos primeiros aplicativos oficiais deve ocorrer nas próximas semanas, com grandes nomes do setor, como Superbet, Betsson, EstrelaBet e outras operadoras brasileiras já com licença, preparados para entrar no ambiente da Play Store. Para os usuários, trata-se de um momento histórico: a transição para um mercado regulado, oficial e mais transparente.

Essa mudança representa um marco na regulação das apostas online no Brasil. Com o apoio do governo, a cooperação com as plataformas digitais e uma regulação evoluída, a economia ganha em controle, os operadores ganham em visibilidade e os consumidores ganham em segurança. Agora, todo mundo sai ganhando, desde que a fiscalização esteja à altura desse novo modelo.