Após tarifas de Trump, Bolsonaro diz que a “solução está nas mãos das autoridades brasileiras”

Neste final de semana , o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou na sua conta da plataforma X uma lista com pontos que, segundo ele, ainda faltam para o Brasil se tornar “a Terra Prometida do Ocidente”. A postagem foi feita em meio à proximidade do prazo para a entrada em vigor de novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, previsto para 1º de agosto.

Segundo Bolsonaro, “a solução está nas mãos das autoridades brasileiras” e depende da atuação harmônica entre os Poderes. Em suas palavras, portanto, “em havendo harmonia e independência entre os Poderes, nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia também a paz para a economia”. 

Para ele, as sanções impostas pelos EUA na última quarta-feira (9) estão mais relacionadas a questões ideológicas do que a fatores econômicos. “Tem muito mais, ou quase tudo, a ver com valores e liberdade do que com economia”, escreveu.

A declaração ocorre após análises de especialistas divulgadas pela imprensa indicarem que a medida norte-americana pode ter sido uma resposta à recente reunião do BRICS, na qual o governo brasileiro sugeriu a adoção de uma moeda alternativa ao dólar nas transações entre os países-membro.

“Não me alegra ver sanções pessoais, ou familiares, a quem quer que seja. Não me alegra ver nossos produtores do campo ou da cidade, bem como o povo, sofrer com essa tarifa de 50%”, acrescentou Bolsonaro na publicação.

Na carta, Trump revelou que as motivações para a imposição tarifária são o desequilíbrio na relação comercial entre Brasil e EUA e a condução de julgamento contra Bolsonaro por suposta tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Para Trump, a acusação contra o ex-presidente “é uma desgraça internacional”.

Neste domingo (13), o vice-presidente Geraldo Alckmin explicou que os EUA têm um superávit com o Brasil. “O déficit comercial deles no ano passado foi de US$ 1,2 trilhão, mas não com o Brasil. O Brasil é superavitário para eles”, comentou. “Além disso, dos produtos que eles mais exportam para nós, oito não têm imposto. Não tem sentido essa tarifa”, acrescentou.

*Fonte: Correio Braziliense