19 de fevereiro de 2025
As lembranças que costuram o Carnaval
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Do latim, Carnis Levale, o Carnaval no Brasil tem sua elaboração no período colonial, quando ainda apresentava fortes traços da tradição europeia e fazia culto à entrada – introitus – da Quaresma. À época, somente os escravos participavam do festejo, enquanto as demais camadas da sociedade se mantinham alheias, o que depois resultaria na criminalização da prática realizada nas ruas. A manifestação popular foi reprimida, mas, para as elites, os bailes eram realizados em locais fechados, como teatros e clubes, animados pela Polca europeia.

Com o passar do tempo, principalmente a partir do século XX, o festejo conseguiu se estruturar de forma que englobasse todas as classes sociais. Marchinhas de Carnaval, escolas de samba, desfiles de carros alegóricos, uso de fantasias e a reunião em clubes fez com que a festa estrangeira ganhasse uma cara mais brasileira, uma cara que refletisse a alegria e a euforia do povo.

Nesse período, em São Luís, alguns clubes de Carnaval mais ilustres começavam a ser bastantes frequentados e a formarem uma forte identidade carnavalesca na capital, que ficaria marcada por décadas no imaginário da população. O Clube Recreativo Jaguarema é um deles. Fundado em 3 de fevereiro de 1953, no bairro do Cruzeiro do Anil, pelo doutor Orlando Araújo, o local reunia inicialmente as famílias que compunham a elite econômica da cidade, que desejavam desfrutar de momentos de lazer.

No ambiente, em que só era possível acessar por meio de convite de sócios, era comum a realização de bailes, festas da alta sociedade, formaturas e aniversários. Muito prestigiado por seu projeto arquitetônico, feito por Romeu Rosendo de Sousa, foi o primeiro clube ludovicense a possuir uma quadra de vôlei. Além dos investimentos feitos pelos colaboradores, que sonhavam com um espaço seleto em que pudessem descansar em companhia da família, o dia de inauguração foi marcado pela presença do ex-governador Newton de Barros Belo e de representantes das forças armadas.

Juscelino Kubitscheck, Assis Chateaubriand, José e Roseana Sarney, além de outros, foram algumas das figuras que frequentaram ocasionalmente o espaço, o que revela não somente o prestígio do Jaguarema como também a qualidade dos serviços prestados.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/02/as-lembrancas-que-costuram-o-carnaval/